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43% dos que saem do desemprego conseguem vagas sem carteira assinada, aponta Ipea

Fonte: G1

Segundo estudo, de um total de 1,3 milhão de trabalhadores que saíram do desemprego no 2º trimestre, 1 milhão foram para o mercado informal.

Do total de trabalhadores que estavam desempregados e conseguiram uma nova colocação no mercado no 2º trimestre, apenas 28% foram contratados para uma vaga com carteira assinada, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE.

O emprego sem carteira respondeu por 43% das absorções. Outros 28% se tornaram trabalhadores por conta própria e 1% viraram empregadores.

Segundo o estudo, de um total de 1,3 milhão de trabalhadores que foram incorporados à população ocupada no 2º trimestre, 1 milhão foram absorvidos pelo mercado informal.

A pesquisa confirma tendência já apontada pelo IBGE de que é o aumento do trabalho informal que tem está fazendo a taxa de desemprego cair no país. Em julho, o desemprego caiu para 12,8% e atingiu 13,3 milhões.

O Ipea destaca, entretanto, que o mercado formal continua sendo o principal empregador do país, com um total de 44 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 49% de toda a população ocupada.

“Observa-se que ao longo dos últimos anos, vem crescendo o número de trabalhadores por conta própria enquanto o contingente de empregados no mercado formal mantém-se estável”, destaca o estudo.

A participação dos trabalhadores por conta própria na população ocupada avançou de 22% em 2012 para 25%. Já a dos sem carteira recuou no período de 23% para 21%.

Desemprego atinge os mais jovens
No 2º trimestre, o país tinha aproximadamente 13,5 milhões de desocupados, dentre os quais 65% com idade inferior a 40 anos. Dos desempregados com 18 a 24 anos, apenas 25% obtiveram nova colocação. Entre 2012 e 2017, o percentual de trabalhadores com 18 a 24 anos que foram dispensados cresceu de 5,3% para 7,3%.

Além de receberem as menores remunerações, os mais jovens apresentam queda de salário (0,5%) na comparação com o mesmo período de 2016.

Perspectivas
De acordo com o Ipea, os números da Pnad apontam para uma recuperação do mercado de trabalho. No 2º trimestre, 31,7% dos trabalhadores que estavam desocupados no trimestre anterior, conseguiram retornar ao mercado de trabalho, ante 28,8% no mesmo trimestre do ano anterior. Já o percentual de pessoas ocupadas que perderam seus postos de trabalho recuou de 3,6% no segundo trimestre de 2016 para 3,4% nesse mesmo período de 2017.

“Para os próximos meses, a expectativa é de que, com a gradual retomada do crescimento da economia, a taxa de desemprego deve manter uma trajetória de redução também gradual. No entanto, a queda do desalento pode exercer pressões adicionais sobre a PEA (população economicamente ativa), impedindo um recuo da taxa de desemprego mesmo em um cenário de expansão da ocupação”, afirma a Carta de Conjuntura do Ipea.

Contribuição ao INSS
A pesquisa aponta ainda que cresceu o percentual de trabalhadores que passaram a recolher suas contribuições ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) independente do tipo de vínculo.

No 2º trimestre, 20% dos trabalhadores sem carteira contribuíam para a Previdência, ante uma fatia de 15% em 2012. No caso dos trabalhadores por conta própria e dos empregadores, o percentual passou de 23% para 31%. Já entre os empregadores, a fatia subiu de 66% para 76%.