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Congresso da IndustriALL, em BH, alerta para caos em Mariana

BR2:

Depois de sediar, pela primeira vez, o II Congresso Mundial da IndustriALL Global Union, entidade que representa mais de 50 milhões de trabalhadores dos setores Químicos, Têxtil, Mineração, Energia e Metalúrgico, em 140 países, entre 3 e 7 de outubro, sindicalistas do Brasil e do mundo voltaram a promover encontro na capital mineira, em 3 de novembro, nas dependências do Normandy Hotel.

Na pauta, a definição de ações mundiais de combate à precarização do trabalho e dos direitos sindicais, junto à avaliação dos atos da entidade e as campanhas mundiais. A necessidade imperiosa de elaborar um plano de ação global focado no fomento das redes de trabalhadores, que combata o trabalho precário e defenda os direitos trabalhistas e a tese do Trabalho Decente, com liberdade e autonomia para a atuação dos sindicatos, conforme já apontado nas resoluções do II Congresso.

O encontro, do qual participaram os Químicos da Força e representantes do Uruguai, Chile, Colômbia, Austrália, Suíça, Canadá e Turquia, reuniu sindicalistas ligados ao ramo da mineração, especialmente aqueles que atuam junto à BHP Billiton, uma multinacional anglo-australiana de mineração, metais e petróleo, que é a maior empresa do ramo no mundo.

Redes mundiais de trabalhadores

A ideia é formar uma rede mundial de trabalhadores desse ramo de atividade, como explicou Edson Bicalho, secretário da Federação dos Químicos de São Paulo (Fequimfar) e dirigente nacional da Força Sindical. O sindicalista resgatou a passagem de um ano do rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de bento Rodrigues, ocorrido em 5 de novembro de 2015.

A realização do encontro da Industriall em Belo Horizonte acontece justamente para mostrar os trágicos acontecimentos aos sindicalistas de todo o mundo, que visitarão Mariana neste sábado, 5. Outro objetivo está na redação de documento, que será entregue à direção mundial da BHP, em 17 de novembro, por dirigentes sindicais presentes na reunião e que possuem assento no conselho da empresa. Junto à carta, os sindicalistas acrescentarão fotografias e um relato sobre a realidade de Mariana e arredores.

O fato de a Industrial Global Union trabalhar com a organização dos setores em rede mundial tem facilitado o intercâmbio entre os trabalhadores de diferentes regiões do mundo. Bicalho denunciou a migração de empresas para países em que é fraca a organização sindical, condição que favorece a exploração da mão de obra.

Intercâmbio laboral

Integrando o grupo de Químicos da Força, Vandeir Messias, presidente da Força Minas e do Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos de Belo Horizonte e Região (SindLuta), e Carlos Cassiano, presidente da Federação Mineira dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas, Farmacêuticas e de Fertilizantes (Femquifert).

Messias, que também é vice-presidente da Femquifert, observou que a mesma empresa, que respeita as leis trabalhistas em um país, desrespeita a legislação em outro, e aponta a IndustriALL como instrumento de ação global na defesa dos interesses da classe trabalhadora, “que é internacional”, disse.