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Idosos serão 30% da população em 2050

Fonte: Diário do Grande ABC

Um a cada três moradores do Grande ABC terá 60 anos ou mais em 2050. Conforme a projeção populacional divulgada ontem pela Fundação Seade, o número de idosos entre as sete cidades passará dos atuais 365,8 mil habitantes para 820,8 mil indivíduos, salto de 124,34% no período.
Os dados, que seguem tendência mundial, tendo em vista o aumento da expectativa de vida e a queda da taxa de fecundidade, devem ser encarados como instrumentos para o planejamento e implantação de políticas públicas, conforme especialistas.

No geral, a população total da região sofrerá variação pequena (1,64%), subindo de 2,65 milhões de pessoas para 2,69 milhões de munícipes. Com exceção dos idosos, cuja proporção de indivíduos aumentará dos atuais 13,79% para 30,44%, todos os demais grupos etários sofrerão queda (veja mais na arte acima). Entre as sete cidades, São Caetano continuará a ter a maior proporção de moradores com 60 anos ou mais: passará de 21,65% do total de indivíduos para 38,05% (132,7 mil pessoas). Na sequência, Ribeirão Pires aparece como município com segunda maior população idosa: 33,54% (816,4 mil), e o terceiro lugar do ranking ficará com Santo André: 31,67% (660,1 mil).

A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que as pessoas com mais de 60 anos representarão 32% da população mundial e devem superar pela primeira vez na história o número de crianças em 2050. O número de pessoas idosas no mundo corresponde a 10% do total de habitantes atualmente. Hoje, 11,6% dos brasileiros têm 60 anos ou mais e 12,5% dos paulistas estão nesta faixa etária.

A inversão da pirâmide etária entre as sete cidades – com número maior de idoso do que de crianças e jovens – exige atenção, principalmente em relação às ações voltadas à Saúde pública, assistência social e trabalho, considera o coordenador do curso de Gestão Pública da Universidade Metodista, Vinícius Schurgelies. “Embora o Brasil tenha iniciado a implementação de políticas voltadas ao idoso na década de 1970, as ações práticas levaram tempo para terem início. Os gestores terão de ampliar sua estrutura voltada à população idosa, mesmo neste momento de retenção de investimentos. Infelizmente, percebemos que essa pauta não está muito presente na agenda e nas políticas públicas. A tendência é que isso seja ampliado à medida que o impacto for percebido na sociedade”, destaca.

Uma das principais consequências do cenário, segundo Schurgelies, deverá ocorrer na área da Saúde. “É preciso incrementar o valor do investimento por indivíduo no SUS (Sistema Único de Saúde), principalmente na questão da prevenção de doenças, para que seja possível envelhecer com qualidade de vida”, observa o especialista. Outro lado abordado por Schurgelies é a necessidade de idosos já aposentados terem de incrementar a renda familiar. “Os governos e municípios devem dar oportunidade de essas pessoas realizarem capacitação para conseguirem ser reinseridas no mercado.”

Em S.Caetano, ações visam desde lazer até renda extra

Precursora nas ações voltadas à população idosa, São Caetano conta com quatro Cises (Centros Integrados de Saúde e Educação da Terceira Idade). O primeiro deles foi inaugurado em 1988, lembra a coordenadora de políticas públicas gerontológicas, Lucila Rose Lorenzini. Além de atividades de assistência social, Educação, lazer, cultura e esportivas, existe a preocupação de trabalhar a atualização curricular dos moradores para a inserção deles no mercado de trabalho.

“Nosso intuito é estender estes equipamentos, destinados aos moradores com idade a partir dos 50 anos, também para os bairros Fundação e Prosperidade. Idosos com convivência social têm menos problemas de saúde, tanto na parte física quanto na psíquica”, destaca Lucila. As atividades esportivas, como é o caso da hidroginástica e do pilates, são as mais demandadas. Os equipamentos existentes ficam nos bairros Santo Antônio, São José, Nova Gerty e Olímpico.

Para o futuro, a preocupação é com a questão do mercado de trabalho. “Temos o programa Agente Cidadão Sênior, voltado aos idosos que precisam complementar a renda, e estamos trabalhando para que sejam ofertados cursos de atualização para aqueles que desejam continuar a trabalhar”, observa Lucila. NF

Prefeituras destacam serviços destinados à terceira idade

As demais prefeituras da região destacaram manter serviços voltados à população idosa. Santo André, por exemplo, relatou as ações do Crisa (Centro de Referência do Idoso de Santo André), como o projeto Conectando Gerações, que utiliza adolescentes voluntários para ensinar informática aos idosos, além de aulas de ginástica, de dança cigana, oficinas de memorização e de yoga. A cidade projeta Centro de Convivência do Idoso.

São Bernardo enfatizou a existência da Fati (Faculdade Aberta para a Terceira Idade) e do CRI (Centro de Referência ao Idoso), e informou investir na melhoria do Programa de Atenção ao Idoso e do Centro Dia do Idoso.

Ribeirão Pires informou oferecer atividades de lazer, como boxe e coreografia, vôlei adaptado e ginástica, além das ações ofertadas no CRI municipal. Outro projeto ressaltado foi a Carteira do Idoso, que dá acesso a desconto nas passagens interestaduais.

Mauá observou que vem ampliando as parcerias e programas de prevenção às doenças crônicas, como diabetes, asma, hipertensão. O acompanhamento é feito pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade, via PSF (Programa Saúde da Família). O município destacou o programa de ginástica e as atividades de yoga em 13 unidades de Saúde.