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Reformas que gerem emprego

O Brasil tem atualmente milhares de obras paralisadas. Só no programa Minha Casa Minha Vida são 40 mil residências inacabadas, sofrendo o desgaste da chuva, do vento e do sol. Enquanto 40 mil casas, ainda que incompletas, estão sendo corroídas, milhões de brasileiros se amontoam em favelas, em barracas, debaixo de pontes ou em buracos, como se fossem bichos.

Esse abandono criminoso pelo atual governo precisa ser denunciado, principalmente pelos candidatos a presidente da República. Mais que denunciar, eles têm o dever de assumir o compromisso com a Nação de retomar as obras paralisadas do antigo PAC, porque isso geraria milhões de novos empregos, ativando toda a cadeia produtiva.

Foi-se o tempo em que o desafio número 1 do Brasil era a reforma agrária. A grande questão hoje é a reforma urbana. Ou seja, melhorar o ambiente de nossas cidades, garantir saneamento básico, proporcionar habitação decente e dar título de posse a milhões de famílias que, às vezes por décadas, moram em locais sem regularização fundiária.

Observo, com exceção do candidato João Goulart Filho (do PPL), poucos presidenciáveis tratarem dessa questão. Enquanto descuidam de algo tão importante, nossas avenidas vão se enchendo de barracos. Quem passa pela Radial Leste, em São Paulo, constata que, sem espaço nas laterais, os barracos agora avançam para o canteiro central. Ali vivem famílias inteiras, incluindo idosos e crianças. Vivem, não: vegetam.

Tive infância muito pobre. Ia com meu pai buscar barro pra rebocar paredes e consertar o chão batido da tapera. Mas ali era o nosso lar; ali vivia uma família, que, mal ou bem, tinha um lugar pra chamar de seu e um teto que nos protegia das intempéries.

Para as 40 mil unidades do Minha Casa, defendo que elas sejam entregues, já, a quem de direito, para que nossos irmãos saiam de barracos insalubres e habitem um local minimamente seguro, que garanta a mínima privacidade a que toda família tem direito.

Discutir câmbio, ajuste fiscal, justiça tributária, ONU e outros temas, tudo bem, isso faz parte do processo político e eleitoral. Mas a questão concreta é apresentar soluções rápidas, que gerem emprego e propiciem o mínimo de dignidade aos brasileiros.

Sindicalismo – Por uma questão de justiça, registro que a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, lançada dia 6 de junho, pelas Centrais e o Dieese, traz entre suas propostas “a retomada das obras paralisadas”. Ou seja, a classe trabalhadora, mais uma vez, apresenta as soluções que nossa classe dominante insiste em negar ao povo brasileiro.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical

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