Participei em Brasília, no Palácio do Planalto, no dia 28 de janeiro, da primeira reunião de reativação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, com muito orgulho de representar os metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e a categoria metalúrgica de todo o País.
Fui com a esperança de que o governo realmente ouça os conselhos/propostas da sociedade brasileira, colocando em prática, por exemplo, as reivindicações contidas no documento “Compromisso pelo Desenvolvimento”, que fizemos em parceria com empresários, em defesa do crescimento econômico, da indústria nacional e da geração de empregos.
Defendemos a proposta de renovação da frota de veículos, que pode gerar até 3,5 milhões de empregos na cadeia automotiva em todo o País, com reflexos na construção civil e outros segmentos da economia; criticamos a falta de medidas para combater o processo de desindustrialização, que está avançando sobre a indústria do aço e siderurgia, setor estratégico da economia; cobramos a redução da taxa de juros, para viabilização do crédito e dos investimentos.
Criticamos também a pretensão do governo de ressuscitar a CPMF (imposto do cheque), sendo que a sociedade, o setor produtivo, os trabalhadores não aguentam mais pagar tanto imposto e não ter retorno; de querer usar os recursos do Fundo de Garantia para empréstimo consignado. É uma medida que não foi discutida abertamente, que só prejudica os trabalhadores e beneficia o sistema financeiro.
Não concordamos também com a insistência do governo de impor idade mínima para aposentadoria. Isto não resolve os problemas da Previdência Social. Este, aliás, não deveria ser um tema para o Conselhão, pois já temos um fórum específico para a discussão destas questões, inclusive com participação das centrais sindicais. Não podemos ser atropelados pelo governo.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Mogi das Cruzes e CNTM, vice-presidente da Força Sindical e membro do Conselhão
