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2º Coletivo de Mulheres discute as diferenças

Fotos Jaelcio Santana

Miguel Torres, Elza, Leninha com mulheres otimistas

Mulheres delegadas sindicais voltaram a se reunir para o 2º Coletivo de Mulheres da categoria, convocado pelo Departamento da Mulher do Sindicato. Realizado no dia 2 de setembro, no Palácio do Trabalhador, o evento foi coordenado pela diretora Leninha, responsável pelo departamento, contou com a participação de 47 companheiras de várias empresas, e a presença efetiva da diretora financeira, Elza Costa Pereira, do presidente Miguel Torres, do deputado Paulinho da Força, diretores, coordenadores e assessores do Sindicato.

A pauta do encontro foi a situação da mulher no mercado de trabalho e sua militância sindical. A palestra foi dada pelo economista do Dieese (departamento de pesquisas econômicas dos sindicatos), Altair Garcia. 

Leninha (foto) saudou as trabalhadoras e reforçou a importância dessa participação para a organização das mulheres da categoria e do departamento. “Dessa forma vamos discutindo temas relacionados à mulher, sua capacidade de avançar nas questões pessoais, na luta sindical e crescer profissionalmente”, disse.

Miguel Torres falou da alegria em receber as companheiras e da satisfação em ver que “as mulheres estão se organizando, têm interesse em discutir suas questões, em participar lado a lado com os homens, avançar no mercado de trabalho e garantir a igualdade de direitos”.

Juros e Congresso
O deputado Paulinho da Força cumprimentou pessoalmente cada trabalhadora e falou sobre várias questões econômicas e políticas que influenciam a vida dos trabalhadores. “Temos o problema do juro alto, que atrai capital especulativo, dificulta as exportações e facilita as importações, prejudicando a produção brasileira e os empregos”.

Paulinho citou como exemplo o setor automotivo. “Não temos uma lei que exija que os produtos fabricados aqui tenham um determinado percentual de produtos nacionais. As peças do carro vêm todas de fora e nós apenas montamos tudo aqui. Estamos pressionando o governo para que adote algumas medidas em favor do mercado brasileiro e dos empregos; uma delas é baixar os juros”, explicou.

Luta política
Paulinho falou também da luta travada nas fábricas e da luta travada no Congresso Nacional, e deu exemplos de vitórias importantes dos trabalhadores.

“Conquistamos a licença-maternidade nas convenções coletivas e conseguimos que virasse lei. O 13º salário era abono de Natal e virou lei para todos. Conquistamos um terço de adicional de férias, elevamos de 10% para 40% o valor da multa do Fundo de Garantia; em 1988, reduzimos a jornada de trabalho de 48h para 44h semanais, e hoje lutamos pelas 40h. De lá para cá, está difícil conseguir a aprovação de novos direitos.”

Paulinho explicou que esta situação deve-se ao fato de a bancada sindical de parlamentares ser bem menor que a bancada patronal e ruralista no Congresso Nacional. Dos 513 deputados federais, 73 são sindicalistas e 273 são patronais. E temos ainda que lutar muito para acabar com a terceirização irregular, o fator previdenciário e garantir outras reivindicações.

Inclusão
A diretora Elza destacou a importância da inserção das mulheres no Sindicato. “É muito importante a participação nas lutas. Estar na luta sindical não é fácil para a mulher porque suas responsabilidades são muitas. Mas é importante querer sempre mais, sonhar, almejar, porque é dessa forma que vamos realizando, construindo novos caminhos, atingindo objetivos e conquistando espaço”, disse.

Segundo Elza, os trabalhadores têm que sentir no sindicato o seu ponto de apoio e representatividade, e citou a campanha salarial. “Quanto mais unidas estivermos, mais conquistaremos”, disse.

O vereador e diretor Claudio Prado ressaltou a importância das mulheres virem para o sindicato, ampliarem a luta pela igualdade e serem exemplos na sociedade.

Os diretores presentes, Luisinho, Sargento, Luiz Valentim, Lourival, Pedrinho, David, Mendonça, Teco, Edson defenderam a participação da mulher nas ações políticas e no desenvolvimento de ações que mudem a realidade das mulheres e as atitudes e a consciência dos homens.

Mercado de trabalho

As companheiras ficaram impressionadas com os dados sobre a situação da mulher no mercado de trabalho, apresentados pelo economista Altair (foto).

-De 1999 a 2010, o número de trabalhadoras metalúrgicas no Brasil cresceu 128%, passando de 176.681 para 402.089, contra um crescimento de 84% de homens.

-As mulheres estão estudando mais. Em 1999, 53.864 possuíam ensino médio completo. Em 2010, esse número foi de 222.295. Com nível superior, o crescimento foi de 20%, passou de 18.817 para 58 mil no mesmo período.

– O rendimento médio das mulheres também melhorou. Cresceu 15,8% acima da inflação, de 1999 a 2010.

Porém, ainda tendo evoluído no nível de educação, na comparação com os homens do mesmo nível escolar, as mulheres recebem cerca de 60% do salário dos homens, e apenas 21% têm cargos de chefia, contra 78,6% dos homens.

Pesquisa
No encontro, a coordenadora Leninha também apresentou o balanço da pesquisa feita no primeiro encontro entre as companheiras, sobre as ações do Departamento da Mulher. As trabalhadoras querem encontros regulares, ser representantes do Sindicato na fábrica, participar da luta sindical e por direitos iguais.

Soltando a voz
Ao final do encontro, as mulheres participaram de um karaokê. A diretora Leninha explica que o karaokê é uma forma de ajudar as trabalhadoras a ficarem mais desinibidas, mais à vontade para manifestar suas opiniões e falar ao microfone.

Opinião das mulheres


“O encontro foi muito bom. Muitas aprenderam como se posicionar frente à empresa e reivindicar seus direitos.”
(Luciana, auxiliar de produção da Tubocap)

“O encontro foi ótimo. As pessoas se expressaram, assim, a gente aprende cada dia mais. Eu gosto desse movimento.” (Maria, operadora de máquina Metalgráphica Paulista)

“Com os encontros você fica mais inteirada do que está acontecendo. A gente sabe que a mulher ganha menos que o homem, mas eu não sabia que a diferença era tão grande.”
(Eidi, operadora de produção da Indebras)


“Foi muito proveitoso, sobretudo conhecer a situação da mulher no mercado de trabalho. Em cima disso, a gente vai buscar mais igualdade.”
(Sueli, líder de cozinha da Loopsmol)


Hora do karaokê

Hora de soltar a voz

Miguel Torres: alegria pelo encontro

Apoio da Elza à diretora Leninha e trabalhadoras

Paulinho: força na luta e incentivador das mulheres

Vereador Claudio Prado apoio na luta

Elza e Leninha com delegadas

Momento de descontração