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41 trabalhadores mortos em Taguaí: foi acidente?

Familiares de vítimas de tragédia com ônibus clandestino em Taguaí aguardam na frente do IML para reconhecimento dos corpos — Foto: Carlos Dias/G1

“Na quarta-feira, 25 de novembro de 2020, ficamos chocados com a tragédia que matou 41 trabalhadores da indústria têxtil Stattus Jeans, ocorrida por volta das 6h30, no km 172 da Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, em Taguaí (SP).

O ônibus que transportava cerca de 50 trabalhadores e invadiu a pista contrária, chocando-se com uma carreta de esterco, acumula 11 multas e estava com IPVA, licenciamento e DPVAT atrasados, segundo informou o portal de notícias G1.

Mais do que isso, o veículo pertence a uma empresa clandestina, que não tem registro junto à Artesp nem à Agência Nacional de Transportes Terrestres.

Frente a tais informações, nos perguntamos: foi acidente?

É revoltante constatar que a morte de 41 pessoas, 41 trabalhadores, é resultado, mais uma vez da negligência de empresas e do poder público.

Negligência que se manifesta aqui na falta de condições adequadas e seguras para o transporte dos funcionários.

E este gravíssimo problema, problema fatal, está inserido em um quadro geral nefasto que é o da reforma trabalhista, da flexibilização das Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança e do fim do Ministério do Trabalho, que era o principal responsável pela fiscalização nos locais de trabalho.

Um quadro de profundo descaso com o povo brasileiro.

Os trabalhadores da Stattus Jeans pertencem à base do Sindicato dos Têxteis da cidade de Fartura e Região, filiados à Força Sindical. São nossos representados.

Nos solidarizamos, nos colocamos à postos para atendê-los, bem como conclamamos à população local que se solidarize de todas as formas possíveis, como com a doação de sangue, e exigimos a devida apuração dos fatos”.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes