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A Metal Leve e o legado de seu fundador


Clayton Netz, clayton.netz@grupoestado.com.br

Com a morte, aos 95 anos, do empresário José Mindlin, ocorrida no último domingo, em São Paulo, desaparece um dos nomes emblemáticos da indústria paulista da segunda metade do século 20. Advogado de formação, diplomado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, Mindlin, no entanto, estava longe de compor a figura do “capitão de indústria” tradicional, do tipo que faz seu caminho às cotoveladas, indiferente aos meios e sem escrúpulos para alcançar seus fins. Leitor voraz, colecionador inspirado, ele se destacava por sua postura de intelectual militante, identificado com as boas causas.

A despeito disso, Mindlin soube construir, com seus sócios, as famílias Lafer, Buck, Gleich e Franco, uma das mais admiradas empresas que o País já conheceu, a Metal Leve, fabricante de pistões e bronzinas utilizadas nos setores automobilístico e aeronáutico. Fundada em 1949, quase uma década antes que o primeiro automóvel fosse montado no ABC paulista, no bojo do processo de industrialização patrocinado pelo governo do presidente Juscelino Kubitschek, tornou-se uma das raras ilhas de excelência do mundo corporativo no Brasil. Da mesma forma como a Natura virou sinônimo de sustentabilidade em nossos dias, a Metal Leve carregava em seu DNA as marcas da qualidade, da capacitação tecnológica e da valorização dos recursos humanos.

Esses atributos foram suficientes para levar a Metal Leve ao sucesso no período de economia fechada e fazê-la prosperar. Durante décadas, graças ao mercado interno cativo, a empresa pôde estabelecer seus preços sem maiores problemas: com o colchão de rentabilidade garantido internamente, ficava relativamente fácil trabalhar com preços competitivos no mercado externo, onde chegou a operar duas fábricas – em Indiana e na Carolina do Sul, nos Estados Unidos.

Com a “abertura dos portos” no começo dos anos 1990, combinada com a globalização, o modelo foi colocado em xeque. Qualidade e tecnologia eram condições necessárias, mas não suficientes para garantir a perpetuidade do negócio. Custos competitivos, preço, prazo, marketing e capacidade de gestão passaram a ser fatores cada vez mais decisivos. Infelizmente para Mindlin e seus sócios, eram mercadoria escassa na Metal Leve de 1996, o que os obrigou a repassá-la, sem muito do viço anterior e desvalorizada, para a concorrente alemã Mahle.

Nada disso, porém, deslustra a contribuição de Mindlin para o desenvolvimento do País e para o aprimoramento de suas empresas. Baseadas nos padrões estabelecidos pela Metal Leve, muitas delas conseguiram preparar-se a tempo e enfrentar a nova realidade do final do século passado. Esse legado, por si só, garante a seu fundador um lugar singular entre os empreendedores brasileiros.

IBM quer Brasil como polo de exportação

Menos de um mês depois de ter iniciado a produção local dos servidores Power7, para grandes empresas, a IBM decidiu fabricar no Brasil a nova família de servidores eX5, destinados aos pequenos e médios negócios. No início, as máquinas produzidas em Sorocaba, no interior de São Paulo, pela terceirizadora Flextronics, serão destinadas ao mercado nacional, mas a ideia é transformar o País num polo de exportação da nova tecnologia para os mercados da América Latina.

Cargill amplia fábrica em Uberlândia

O aquecimento dos setores de alimentos e de papel e celulose levou a subsidiária brasileira da Cargill a investir R$ 197 milhões na ampliação de sua fábrica de amidos e adoçantes, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A unidade é considerada estratégica pela multinacional por sua localização geográfica e pelo acesso aos principais fornecedores e mercados consumidores. A expansão da fábrica mineira, segundo a Cargill, possibilitará o aumento de 70% na produção de derivados de milho, utilizados tanto pelos fabricantes de alimentos quanto pelos de papel.

Medidor de luz inteligente espera decisão da Aneel

Embora dependa de uma decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a substituição dos medidores analógicos utilizados atualmente para aferir o consumo de luz e energia no País por aparelhos digitais já está atraindo o interesse de grupos estrangeiros. É o caso, por exemplo, da empresa americana Silver Spring Networks, que fechou uma parceria com a Axxion, controlada pela Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig), para fornecer no Brasil a nova família de medidores. Utilizando a tecnologia batizada de smart grid, os medidores inteligentes já são adotados nas cidades americanas de Miami, Washington, Sacramento e Chicago.

Bosch volta a contratar na fábrica de Curitiba

Depois de ter demitido 826 metalúrgicos em junho do ano passado, a fábrica da Bosch na Cidade Industrial de Curitiba, onde são produzidos componentes para motores a diesel, iniciou ontem a contratação de 400 trabalhadores temporários. De acordo com a empresa, isso se deve ao aumento de cerca de 20% nas encomendas das montadoras nacionais e da recomposição de estoques no mercado externo.

Gerdau não aceita alegações da SulAmérica

A Gerdau Açominas diz desconhecer o conteúdo do protesto impetrado pela SulAmérica na Justiça de Minas Gerais, solicitando a devolução da indenização de US$ 31,5 milhões pagos pela explosão em sua unidade de Ouro Branco, em 2002. A Gerdau nega ainda a acusação de negligência em sua manutenção industrial, alegada pelos advogados da SulAmérica.

Insper concede bolsas a oficiais da PM

O Insper (ex-Ibmec) e a Polícia Militar do Estado de São Paulo acabam de assinar uma parceria para capacitação de oficiais. Pelo acordo, a instituição de ensino dirigida pelo economista Cláudio Haddad oferecerá aos policiais bolsas de estudos dos cursos de pós-graduação lato sensu – MBAs Executivo e cursos abertos de Educação Executiva. Para receber o benefício, o oficial interessado deve ser aprovado no processo seletivo do Insper e contar com a disponibilidade de vagas.

“A empresa tem de falar todas as “línguas” da internet e precisa atuar no mínimo em três redes sociais diferentes. Se estiver em uma só, corre o risco de ser esquecida pelo consumidor”

Charlene Li, expert em redes sociais, que estará em São Paulo no dia 25/03 a convite da HSM