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Ações da Petrobras preocupam trabalhadores

Força Sindical entende que, quem investiu em ações da estatal,
tem motivos para preocupações

Quem adquiriu ações da Petrobras com recursos do FGTS levou um grande susto quando elas atingiram o menor valor em 10 anos. A queda, provocada por acionistas estrangeiros, ocorreu devido a não divulgação do balanço do 3º trimestre, prometido pela empresa semana passada.

“Os trabalhadores que investiram nas ações têm motivos para se preocupar com o valor de suas aplicações”, declara Miguel Torres, presidente da Força Sindical. Por causa das denúncias de corrupção, empreiteiras contratadas pela Petrobras deixaram de pagar os trabalhadores das obras da refinaria Abreu e Lima e do estaleiro Enseada de Paraguaçu, em Maragogipe (BA), além de demitir operários.

Por isto, a Central deve ingressar com ação coletiva na Justiça contra a petrolífera, cobrando as perdas dos cerca de 300 mil trabalhadores que investiram recursos do FGTS na compra das ações. “Quando os trabalhadores investiram, sabiam dos riscos e da instabilidade do mercado. No entanto, as perdas, decorrentes da corrupção na companhia,  excede o risco próprio do mercado de capitais. Por isto ingressaremos na Justiça”, diz Torres.

A permissão para o uso do FGTS na compra de ações da Petrobras ocorreu no ano 2000, durante o governo FHC. Os trabalhadores investiram em ações, viram seus rendimentos sofrer fortes oscilações, com o sobe e desce do mercado, mas avaliaram que o rendimento acumulado era melhor se comparado ao do FGTS.

Se o trabalhador deixar seu dinheiro na conta do FGTS, o rendimento será juros de 3% ao ano mais correção monetária da Taxa Referencial. “Porém, os recentes escândalos geraram incertezas e, sem dúvida, prejuízos. Estamos analisando a situação e vamos cobrar da empresa”, destaca Torres.