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Aumento na informalidade puxou queda da taxa de desemprego

Estimado em 10,7 milhões, número de trabalhadores sem carteira cresce 5,4%

A melhora no mercado de trabalho, com o recuo da taxa de desemprego para 13%, foi causada principalmente pelo aumento da informalidade, segundo o IBGE, que divulgou nesta sexta-feira dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua relativos ao segundo trimestre. O número de empregados sem carteira, estimado em 10,7 milhões, subiu 4,3% em relacão aos três primeiros meses do ano e 5,4% em relação ao segundo trimestre de 2016.

Já o número de trabalhadores conta própria cresceu na comparação com o trimestre anterior em 1,8%, para 22,5 milhões. Em relação ao ano anterior, caiu 1,8%. Apesar da melhora no mercado de trabalho, o desemprego ainda é uma realidade para 13,5 milhões de pessoas. As previsões de analistas apontam que a taxa média de desemprego para 2017 fique na casa dos 13%. No ano passado, ficou em 11,5%.
— Essa melhora se deu pelo aumento de postos informais de trabalho. Cresce os sem carteira e conta própria. Isso é desfavorável para o mercado porque o emprego sem carteira não dá garantias e seguranças ao trabalhado — disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

UM MILHÃO DE PESSOAS A MENOS COM CARTEIRA

O número de empregados com carteira assinada foi de 33,3 milhões. Ficou estável em relação ao trimestre anterior e recuou 3,2% em relacão a um ano antes ou 1,1 milhão de pessoas a menos trabalhando protegidas pela CLT.

Azeredo também destacou como positivo a estabilidade identificada na força de trabalho, que soma empregados e desempregados:
— Isso significa que a taxa recuou não porque as pessoas desitiram de procurar trabalho, ma, sim, porque conseguiram emprego, ainda que em ocupações informais. Temos agora uma tendência diferente para a taxa, que parou de crescer. A sazonalidade da pesquisa parou de existir durante a crise. Ou seja, em trimestres em que a taxa deveria melhorar pela dinâmica histórica do mercado continuava crescendo. Agora, voltou à normalidade: um primeiro trimestre de taxa mais alta, recuando no segundo trimestre.