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Autopeças estão em falta no mercado

6 de fevereiro de 2011 | 23h53

O comemorado recorde da indústria automobilística em 2010, com 3,5 milhões de veículos novos vendidos no País, vem acompanhado de um apagão no mercado de reposição de peças originais, dificultando a vida de quem precisa deixar o carro na oficina para conserto. O problema atinge carros nacionais e importados e há casos de espera de mais de três meses.

Quem mais reclama são os donos de oficinas independentes, que utilizam componentes fornecidos pelos concessionários que, por sua vez, são abastecidos pelas montadoras – que têm mercado cativo junto às autopeças. O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa), Antonio Fiola, reclama que as fabricantes priorizam entregas às montadoras, para atender a produção de carros novos, e o mercado de reposição fica em segundo plano.

Segundo Fiola, o problema é mais crítico no abastecimento de peças externas, como faróis, laterais, capô e para-choques. A situação foi pior em meados do ano passado, mas segue complicada, mesmo com a queda das vendas de carros. “Tive de ir ao Procon para dizer que a culpa não é nossa”, diz. Segundo Fiola, São Paulo não é o único Estado com problemas. “Sabemos de dificuldades em vários locais como Rio, Belo Horizonte e Distrito Federal.” O Sindirepa representa 15 mil oficinas em São Paulo.

A diagramadora Andrea Furushima é uma das descontentes com o lado B do boom de vendas de carros novos. Desde 30 de setembro seu Volkswagen Polo aguarda conserto na oficina Dikar, em São Bernardo do Campo, após uma colisão. “Primeiro, demorou um mês para a seguradora autorizar o conserto; depois não tinha peças”, afirma Andrea. Vários componentes foram sendo entregues ao longo dos meses, mas ainda falta o assoalho do porta malas.