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Bancos acima das famílias

Repudiamos a medida aprovada na noite de quarta-feira, 1° de junho de 2022, na Câmara dos Deputados, em Brasília, que permite aos bancos e instituições financeiras penhorar o único imóvel de uma família para quitar dívidas.

E vamos atuar para que o Senado derrube este absurdo, pois, se a medida for aprovada, as famílias que passam por dificuldades financeiras perante a persistente crise econômica no País vão perder a sua casa, principalmente para os grandes bancos.

A medida faz parte de um projeto de lei do governo Bolsonaro e acaba, portanto, com a chamada “impenhorabilidade” do imóvel de uma família, que consideramos uma legislação justa,  socialmente essencial, que permite soluções e segurança em momentos de dificuldade, e que leva em conta o lar como algo sagrado, que garante a estrutura familiar.

Estamos tendo, então, mais uma prova de que o presidente da República e seus aliados na Câmara dos Deputados (que, infelizmente, formam a maioria) são amigos dos banqueiros e não estão nem um pouco preocupados com a situação do povo brasileiro.

Não vê isso quem não quer, quem está politicamente alienado ou quem pretende se aproveitar da crise, das tragédias e das desigualdades sociais para enricar cada vez mais.

Expressamos apoio aos 111 votos na Câmara dos Deputados contrários à maldita medida e um apelo junto ao Senado Federal para que os senadores tenham a consciência social e o humanismo que falta aos deputados alinhados com o presidente da República que, ao contrário do que diz seu slogan, não defende as famílias, defende os bancos e os endinheirados que vivem explorando tragédias alheias.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes