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Brasília, 3ª feira, 14h: começa a guerra da Previdência e trabalhadores são convocados ao combate

Centrais sindicais convocam trabalhadores, ativistas e dirigentes para estarem em Brasília, na primeira reunião da Comissão Especial da Reforma da Previdência, para pressionar deputados, derrubar proposta do governo e aprovar alternativa liderada por deputados Paulinho da Força e Arnaldo Faria de Sá.

O desafio de não deixar passar uma reforma da Previdência Social que retire direitos e prejudique os trabalhadores já tem data marcada para começar pra valer. Na próxima terça-feira 14, às 14h00, será aberta a primeira sessão da Comissão Especial da Câmara dos Deputados para analisar a proposta de reforma da Previdência feita pelo governo do presidente Michel Temer.

“É uma proposta abaixo da crítica, muito ruim, que estamos combatendo com uma proposta alternativa que já conquistou 250 assinaturas de deputados”, assinala o deputado federal e presidente da central Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Ele está convocando trabalhadores, ativistas e sindicalistas para comparecerem à primeira sessão, com o claro objetivo de pressionar os parlamentares.

“O futuro das aposentadorias de todos os brasileiros está em jogo, e será preciso muito mobilização para não perdemos essa verdadeira guerra”, diz Paulinho. “Os representantes dos trabalhadores precisam estar dentro do Congresso, lotar a sala da Comissão Especial, aplaudir, vai, enfim, se manifestar, para mostrar que a proposta do governo é inaceitável e a nossa alternativa, a melhor para a reforma”.

A proposta alternativa tem chances de ser aprovada, mas, acreditam sindicalistas, apenas se houver pressão dos trabalhadores sobre os deputados. Enquanto o governo Temer quer a idade mínima de 65 anos, para homens e mulheres, para obter a aposentadoria, a alternativa encabeçada por Paulinho da Força e pelo deputado Arnaldo Faria de Sá rebaixa esse limite e faz distinção entre homens e mulheres.

A proposta dos trabalhadores é de idade mínima de 60 anos para homens e 58 anos para mulheres. A regra de transição estabelece 30% a mais de contribuição para todos, de modo a contribuir para o combate do déficit e, ao mesmo tempo, não criar privilégios. Noutro ponto importante, a proposta alternativa garante o reajuste dos benefícios pelo salário mínimo. Assegura, ainda, o direito ao viúvo ou viúva ao acúmulo de pensões, em caso de morte de um deles, mas com o limite do teto de benefícios da Previdência, hoje em pouco mais de R$ 5 mil.

“A Força Sindical vai, em peso, com seus dirigentes à Brasília, para dentro da Comissão Especial, mostrar aos deputados que a proposta do governo é inaceitável, enquanto a nossa é absolutamente viável”, informa o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Sabemos que a reforma é importante, mas ela não pode servir de pretexto para a retirada de direitos dos trabalhadores. Queremos uma Previdência justa e vamos lutar com todas as nossas energias por esse objetivo”, concluiu.