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Campos busca apoio sindical em SP

Valor Econômico

Campos recebe apoio de Paulinho na Força Sindical, em meio a críticas a Dilma

Eduardo Knapp/Folhapress / Eduardo Knapp/Folhapress

Em busca de apoio junto a sindicalistas, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, fez ontem uma palestra na Força Sindical, em São Paulo, repleta de críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff. Cotado para disputar a Presidência em 2014, Campos disse que não há regras claras para o investimento privado no país, colocou em xeque a política de desoneração fiscal do governo e apontou problemas nacionais nas áreas de transporte, habitação, saúde e segurança.

Ao lado do governador, o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho, também reclamou da gestão federal e disse “ver com bons olhos” a eventual candidatura presidencial de Campos. Segundo Paulinho, Dilma não tem recebido os sindicalistas nem está atendendo os pedidos apresentados. “Nós que carregamos o piano nas eleições não tivemos nenhum atendimento”, afirmou. “Acreditamos na sua trajetória, na sua luta”, disse Paulinho ao governador.

Durante a palestra na Força Sindical, Campos foi tratado como “futuro presidente do Brasil”. O governador elogiou ações dos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva e mudou o discurso ao falar da atual gestão, apesar de seu partido ter ministérios no governo e integrar a base de apoio à presidente. Em nenhum momento o dirigente do PSB citou o nome de Dilma.

Segundo Campos, o país está reduzindo seu nível de investimentos há dois anos. O governador disse ainda que não há como “segurar um ciclo de expansão econômica só com consumo” e cobrou da gestão Dilma regras “claras” para atrair o investimento privado.

“O governo precisa efetivamente deixar claro para outros setores que não teremos cavalo de pau, que nenhuma regra será alterada”, disse. “Os investimentos do mundo privado vão vir na hora em que passarmos confiança e o mercado entender que as perspectivas levam a dar segurança em um novo ciclo de investimento. Para isso, é fundamental que regras sobre uma série de setores estratégicos sejam consolidadas. Elas estão em suspenso, aguardando a votação de novos marcos. Os velhos marcos já não servem mais”, afirmou a jornalistas, pouco antes da palestra.

Ao comentar as desonerações que o governo federal vem realizando sobre automóveis, linha branca e produtos da cesta básica, Campos fez ressalvas. “O tático não pode ser engolido pelo estratégico. Isso não quer dizer que não se possa lançar mão de medidas de desoneração pontuais. Mas é fundamental que haja estratégia, rumo estratégico”, disse a jornalistas. “Vejo com preocupação quando só há movimento tático”, afirmou. “Não é só a desoneração da folha que vai manter empregos. Se a economia não animar podemos correr o risco de afetar o mercado de trabalho no Brasil”.

No entanto, no mesmo dia em que realizou as críticas, o governador encaminhou à Assembleia Legislativa de Pernambuco projeto de lei que prevê a isenção do ICMS sobre o Gás Natural Veicular (GNV) usado essencialmente por taxistas. O governador espera que a medida seja aprovada e entre em vigor em 1º de maio.

Depois da palestra em São Paulo, Campos embarcou para Porto Alegre, para participar de eventos. O governador reagiu ao ser questionado sobre suas constantes viagens pelo país, apesar de comandar Pernambuco. Ao mostrar o tablet que estava em suas mãos, disse que tem monitorado os problemas do Estado e as ações de sua administração mesmo à distância. (Colaborou Carmen Munari)

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