Texto afirma que tucano ´mente´ ao se dizer responsável pela criação do FAT
Em guerra declarada ao candidato tucano à Presidência da República, José Serra, cinco centrais sindicais ? Força, CUT, CGTB, CTB e Nova Central ? divulgaram manifesto no site do PT nacional acusando-o de “impostura e golpe contra os trabalhadores”.
De acordo com o texto, Serra “mente” ao dizer que é responsável pela criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e por “tirar do papel” o seguro desemprego. “Não fez nenhuma coisa nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”, afirmam as centrais.
“A verdade”, segundo o manifesto, é que o FAT foi criado pelo projeto de lei n.º 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS).
O projeto de lei de autoria de Serra, de nº 2.250 de 1989, “foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Uequed já havia sido aprovado”, ressaltam as centrais.
Sobre o seguro desemprego, o manifesto diz que é resultado de decreto assinado pelo então presidente José Sarney, regulamentado no dia 30 de abril de 1986.
O argumento de que Serra criou o FAT ? o que consequentemente viabilizou o seguro desemprego ? foi destacado no programa de TV do PTB, exibido no final de junho. Na ocasião, Serra foi apresentado como “aliado dos trabalhadores”.
O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, rebateu ontem as críticas das centrais sindicais, mas admitiu que “ninguém faz isso sozinho”.
“Serra ajudou em tudo isso, eu não estava no Congresso, mas logo depois cheguei lá”, declarou o presidente do PSDB. “Ninguém faz isso sozinho, mas o Serra foi fundamental, não somente nisso, mas em muitas questões, como distribuição de renda no Brasil. Tenho certeza.”
Aparelhos do PT. Para Guerra, que também coordena a campanha de Serra, as centrais são “aparelhos do PT”. “Quando elas falam de política, elas são evidentemente palanques, aparelhos do PT. É o PT falando”, observou o dirigente tucano. “É um depoimento parcial.”
Segundo ele, trata-se de “uma ação defensiva” da campanha da presidenciável petista Dilma Rousseff. “Surpreendente seria se as centrais sindicais dessem uma palavra a favor do Serra.”