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Centrais pressionam pela redução da jornada


Raquel Ulhôa de Brasília

No início dos trabalhos legislativos de 2010, as centrais sindicais reforçaram a pressão sobre a Câmara pela votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que reduz a jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas. Mobilizados pelas entidades, cerca de 1 mil representantes sindicais, segundo organizadores, ocuparam corredores do Congresso e fizeram manifestações fora dele.

As centrais querem aproveitar o ano eleitoral, durante o qual é mais fácil aprovar matérias de apelo social.

A bancada do PDT deve obstruir as votações na Câmara até que a PEC 231, de 1995, seja incluída na pauta da Casa. Líderes do partido buscam apoio de outros partidos para a obstrução. Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), representante da Força Sindical, a pressão será exercida no Congresso e nas fábricas, por meio de greves. “O quanto antes a PEC for votada, melhor, porque ainda terá de ir para o Senado”, afirmou.

O PT é favorável à PEC e o governo não pretende se envolver nas negociações, segundo o novo líder na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). “Se tiver acordo entre empresários e trabalhadores, ok para o governo”, disse. No ano passado, como líder do PT, Vaccarezza propôs uma transição gradual da redução para 40 horas até 2016.

Hoje, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), reúne os líderes partidários para definirem a pauta de votações. Os sindicalistas e parlamentares ligados ao setor planejam lotar a Casa, como forma de pressionar os líderes para que a PEC seja incluída na pauta.