Luciana Lazarini e Paulo Muzzolon
As centrais sindicais vão brigar para que o reajuste do salário mínimo em 2011 seja maior que os R$ 550 propostos ontem pelo relator do projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), senador Tião Viana (PT-AC), às lideranças da Comissão Mista de Orçamento.
Pela proposta da Força Sindical, o mínimo poderá chegar a R$ 570 no ano que vem. Isso porque, para a central, o reajuste deverá considerar o índice de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2010 mais a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Assim, considerando o INPC de 5,08%, apontado na LDO, e a estimativa do Ministério da Fazenda para o PIB deste ano, que vai de 6% a 6,5%, o novo salário, pela proposta da Força, poderá variar de R$ 568,06 a R$ 570,74.
A CUT também vai reivindicar um aumento maior, entre R$ 550 e R$ 570. A proposta pé considerar ao menos parte do crescimento de 2010, segundo o secretário-geral, Quintino Severo.
Congresso
Já pela proposta do senador, que agora será avaliada pelos parlamentares, o novo salário passará para R$ 550. A diferença é que, nesse caso, não entra o crescimento da economia deste ano, medido pela variação do PIB de 2010.
Para o relator, o ganho real (a cima da inflação) seria pela média do índice de crescimento do PIB de 2008 e de 2009 – igual a 2,5%. Com o INPC chegaria a 7,7%.
A Força Sindical considera esse aumento “injusto e insuficiente para recompor o poder de compra dos aposentados”. A UGT diz que, devido ao acordo com o governo, a proposta é satisfatória.
Pelo acordo, o reajuste seria igual à inflação do ano anterior mais o cresci mento do PIB de dois anos antes. Porém, como o PIB de 2009 foi negativo, o reajuste está sendo reconsiderado para que o mínimo não fique sem ganho real no ano que vem.