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Centrais sindicais aumentam pressão por reajuste do mínimo

O deputado Paulinho da Força diz que centrais sindicais vão endurecer com Dilma sobre salário mínimo e correção da tabela do Imposto de Renda

Chico de Gois 

BRASÍLIA – O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da base aliada do governo, deu um ultimato à presidente Dilma Rousseff. Nesta quarta-feira pela manhã, depois de se reunir com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, Paulinho da Força, como é conhecido, declarou que as centrais sindicais esperam que até segunda-feira o governo abra negociações para tratar de três reajustes: do salário mínimo para R$ 580, de 10% para os aposentados e de 6,43% na tabela do Imposto de Renda.

Paulinho disse que se não forem atendidas até segunda-feira, as centrais sindicais irão entrar com ações contra o governo em todo o país, na terça-feira, para exigir a correção da tabela do IR. De acordo com ele, ao não mexer na tabela o governo está praticando um confisco.

” Se o governo não abrir negociação até segunda-feira, na terça vamos entrar com uma enxurrada de ações no Brasil inteiro “

– Se o governo não abrir negociação até segunda-feira, na terça vamos entrar com uma enxurrada de ações no Brasil inteiro – ameaçou.

– Para ficar barato para o governo, queremos o reajuste na tabela do IR em 6,43%, que é a inflação do período medida pelo INPC.

O deputado disse que na terça-feira protocolou uma carta com essas reivindicações para a presidente. Paulinho avaliou que, na votação da medida provisória que fixa o salário mínimo em R$ 540, o governo irá perder.

– Vamos contar com a insatisfação da base por causa da disputa por cargos.

Para Paulinho, o governo está “esquisito”.

– O governo está esquisito. A Dilma está numa redoma e não deixam ninguém chegar perto dela – criticou, completando: – O governo está começando a ter problema com os movimentos populares.

Na terça-feira, Dilma mandou que seus ministros evitem dar opinião sobre o salário mínimo. A presidente não gostou que a divergência das opiniões dos ministros fosse à público. Enquanto Guido Mantega (Fazenda) afirma que qualquer valor acima do fixado em medida provisória será vetado, Carlos Lupi (Trabalho), Garibaldi Alves (Previdência) e seus partidos, PDT e PMDB, defendem um valor maior.

Lupi chegou a dizer que o Congresso Nacional é que vai definir o valor do salário mínimo . Segundo ele, os parlamentares vão discutir a proposta de R$ 540 para o piso nacional e, se alterarem, o governo acatará a decisão.