Folha de S. Paulo
JOANA CUNHA
DE SÃO PAULO
DE CURITIBA
28/01/2015 12h20
As centrais sindicais organizaram na manhã desta quarta-feira (28) uma manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra as Medidas Provisórias 664 e 665, que restringirão benefícios sociais caso sejam aprovadas pelo Congresso.
O movimento sindical, que já está em negociação com o governo, promete novos atos se as medidas não forem retiradas.
“Ou o governo retrocede e volta ao equilíbrio, ou vamos endurecer. Queremos um governo de trabalho decente”, disse Ricardo Patah, presidente da UGT.
Danilo Verpa/Folhapress |
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Protesto das maiores centrais sindicais do pais em ato na avenida Paulista |
Miguel Torres, da Força Sindical, disse que movimentos sindicais de todas as capitais brasileiras estão se mobilizando contra a medida provisória.
“Precisamos resistir. Isso pode ser só a ponta de um iceberg. Esse governo tinha nos prometido que se fosse haver mudanças, elas seriam debatidas. Mas nos fomos traídos. Apunhalados pelas costas.”
A polícia estima que cerca de 2.000 pessoas participaram do ato. Segundo a CET, às 11h55, o grupo ocupava todas as faixas da avenida no sentido Paraíso na altura da rua Pamplona.
SUL DO PAÍS
Em Curitiba, metalúrgicos também participaram de um protesto nesta quarta-feira (28) contra as demissões no setor.
Pela manhã, eles bloquearam o trânsito em vias de acesso a cidade, como a BR-277. Em Porto Alegre, a manifestação foi menor, na região central da cidade.
NOVOS CORTES
A equipe econômica do governo avalia que será obrigada a fazer um corte maior de gastos para compensar uma economia menor que o previsto com as novas regras do seguro-desemprego.
Pressionado pelas centrais sindicais, o governo de Dilma Rousseff reconhece que precisará ceder na proposta original, o que reduzirá o ganho de R$ 9 bilhões esperado inicialmente com a medida.
A Folha apurou que a primeira opção para compensar o recuo é aumentar o tamanho do corte de gastos a ser definido após a aprovação do Orçamento da União pelo Congresso. Cálculos iniciais apontavam uma redução de R$ 27 bilhões neste ano.