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Centrais sindicais, indústria e comércio criticam alta da taxa básica de juros


publicado em 19/01/2011 às 20h28: atualizado em: 19/01/2011 às 20h43

Copom eleva Selic de 10,75% para 11,25%; Fiesp classifica manobra como ´mal começo´

Do R7

A Força Sindical, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) criticaram, por meio de nota oficial, a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, de aumentar a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 11,25% nesta quarta-feira (19).

A Força Sindical lamentou a medida, afirmou que “a produção, o crescimento e a geração de empregos sejam os grandes perdedores com a decisão” e classificou a alta dos juros como “forte freio na economia”.

– Não há justificativa para manter os juros neste patamar estratosférico, penalizando, dessa forma, o crescimento econômico.

A Fiesp também classificou, por meio de comunicado oficial, a alta dos juros como um “mal começo”. Segundo cálculos da entidade, “o governo federal vai gastar R$ 200 bilhões de juros” em 2011, enquanto “para a saúde, teremos apenas R$ 72 bilhões, para educação teremos R$ 60 bilhões”.

A cada meio ponto percentual a mais na taxa Selic, a despesa pública anual adicional é de R$ 9 bilhões, afirmou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

– O Brasil não pode mais ser penalizado com o crescente aumento da taxa de juros. Isso é um absurdo. Com esse dinheiro poderíamos viabilizar a construção de mais 390 mil casas do Programa Minha Casa Minha Vida, ou custear 2/3 do Programa Bolsa Família no ano inteiro de 2011. Alternativamente, daria para o Sistema de Saúde realizar 14 mil internações adicionais.

Também por meio de nota oficial, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou que a decisão do Copom foi “precipitada e compromete a capacidade de crescimento de longo prazo da economia. A avaliação é do gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco.

– A elevação dos juros é o caminho mais fácil de controle de preços, porém o mais prejudicial. O impacto recai unicamente no setor produtivo, afetando negativamente a atividade e o emprego.

Comércio

Em nota, a Fecomercio-SP afirmou que a alta dos juros é negativa e projetou um prejuízo de R$ 3 bilhões no consumo das famílias e nos investimentos das empresas brasileiras em 2011. O presidente da federação, Abram Szajman, advertiu que a manobra vai frear o consumo.

– A medida é negativa e atrapalha o bom ritmo da atividade econômica do país, ao tornar os financiamentos mais caros, freando o consumo, ao mesmo tempo em que uma fatia importante da renda da população passa a ser transferida ao setor financeiro.