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Centrais sindicais vão cobrar de Dilma mínimo de R$ 580

Segundo publicou o jornal Valor Econômico, o apoio oferecido por cinco das seis centrais sindicais à presidente Dilma Rousseff durante as eleições se converterá, agora, em pressão para que a eleita aumente o salário mínimo acima dos R$ 540 propostos pelo Executivo. CGTB, CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e UGT – esta última se declarou neutra durante a eleição – realizarão nos próximos dias uma série de mobilizações em favor do aumento do mínimo para R$ 580.

O jornal diz ainda que depois de reunião realizada na manhã de ontem, os sindicalistas enviaram uma solicitação de audiência urgente à presidente. Pretendem que a discussão se dê entre a classe e Dilma, excluindo os congressistas da negociação. “Quando a oposição apresentou uma proposta para aumentar o mínimo para R$ 600, as centrais sindicais que apoiaram Dilma se posicionaram contra a demagogia. No mesmo período, a nossa presidente assegurou que concederia aumento real para o mínimo este ano. Vamos mobilizar os movimentos sociais e botar o povo na rua”, avalia o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto.

Ainda segundo a publicação, segundo Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), as ações dos sindicalistas serão adequadas às reações do governo: “As manifestações serão canceladas se o governo ceder”. Estamos unidos e vamos exercitar esse formato de mobilização, que tem sido um sucesso”. Já estão agendadas para este mês manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo, dia 18, e em 24 de janeiro, Dia dos Aposentados, em várias capitais pelo país.

Neto diz que os sindicalistas ainda não estão certos sobre qual será seu canal de interlocução com a presidente: “Teoricamente, seria via Secretaria-Geral, com Gilberto Carvalho, ou com o ministro [do Trabalho, Carlos] Lupi. Mas em todas as conversas que tivemos com [o ex-presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva], nos últimos anos, Dilma estava presente. Então ela está ciente das nossas reivindicações”, diz Neto.

Para alcançar o objetivo, as centrais trabalham em duas frentes. Por um lado, tentam abrir um espaço de negociação com o governo federal. Por outro, prometem lutar no Congresso Nacional para aprovar a emenda parlamentar do presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, que eleva o mínimo para R$ 580. A proposta feita por Dilma no discurso de posse de erradicar a pobreza só será conquistada, argumentou o vice-presidente da Força, Miguel Torres, com a continuidade de valorização do mínimo.

O modelo atual de cálculo de reajuste do salário mínimo garante a correção anual pela inflação e tem também como base o percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior ao envio da proposta orçamentária ao Congresso, que nesse caso seria o de 2009. As centrais sindicais, no entanto, reivindicam uma correção diferenciada para 2011, pois em 2009, por causa dos efeitos da crise financeira mundial, o crescimento do PIB foi praticamente nulo.

Na audiência com Dilma, os sindicalistas também vão solicitar que 80% do reajuste concedido ao mínimo sejam repassados para os aposentados que ganham acima do piso, além da correção da tabela do Imposto de Renda (IR) de acordo com a inflação de 2010, que foi de 6,47%.

Fernando Taquari e Vandson Lima

Fonte: com informações do Jornal Valor Econômico