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Cipeiros debatem máquina segura e preservação da saúde

Fotos Iugo Koyama

Cerca de 250 trabalhadores  cipeiros participaram do 10º Encimesp (Encontro dos Cipeiros Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes), realizado na sede do Sindicato no dia 10 passado.

Sob o tema “Máquinas: para produzir, não para acidentar!”, os trabalhadores participaram de duas palestras com especialistas em segurança do trabalho, que falaram sobre a questão da segurança em máquinas, principalmente as prensas, e a importância do cipeiro estar sempre atento às condições de trabalho na fábrica.


Miguel Torres: saúde é prioridade

O presidente Miguel Torres abriu o evento ressaltando a importância da continuidade do trabalho feito pelo Departamento de Segurança e Saúde do Sindicato. “O que estamos fazendo mostra que é possível a categoria se organizar e defender a vida do trabalhador. Essa é a preocupação principal do Sindicato; atuar e buscar soluções e envolver os trabalhadores na luta pela segurança.”

 


Luisinho, coordenador do DSST

Luisinho, coordenador do DSST, disse que o cipeiro trabalha para melhorar a vida das pessoas e evitar acidentes e que “precisamos reduzir a jornada de trabalho para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores”.

A diretora financeira, Elza Costa Pereira, destacou a importância da prevenção. “Quando acontece um acidente, isso custa muito caro para o trabalhador e a sua família. Muitas vezes os empresários economizam na questão da segurança e esta economia sai caro para a empresa, para o trabalhador e a sociedade. O cipeiro precisa saber o que fazer para evitar acidentes e doenças.” , 1º vice-presidente, lembrou que as novas tecnologias trouxeram novas doenças para os trabalhadores, como a Ler/dort, a depressão e que, por isso, é importante o cipeiro procurar estar sempre atualizado para todas as questões que envolvem a segurança e a saúde.


Elza: prevenção

ATA FALSA

A diretora Leninha alertou para o fato de muitas empresas boicotarem o cipeiro, principalmente quando ele é muito atuante. “Elas não querem esse trabalhador na fábrica. É comum as empresas quererem que o cipeiro apenas assine uma ata de uma reunião que não houve. Peço que vocês tenham a responsabilidade de não assinar documento que vocês não discutiram nem participaram. Temos que estar de olhos abertos para a importância do cargo que ocupam. Somos minoria no local de trabalho. O trabalhador quer manter o emprego, o patrão quer produção e temos que priorizar a saúde”, reforçou.


Arakém: qualidade de vida

Pereira: novas doenças

Leninha: documento falso

Fazendo alongamento

PALESTRAS


Engenheiro Lopes

O engenheiro Carlos Augusto Lopes disse que o governo gastava mais com acidentes de trabalho do que com educação e saúde e, só então, decidiu, através do Ministério do Trabalho, montar uma comissão tripartite – governo, trabalhadores e empresários-, que estudou um programa voltado para segurança em prensas e similares.

“São Paulo era o Estado que mais mutilava, pela quantidade de máquinas sem proteção nas empresas”, disse.  Hoje, o Estado conta com uma Convenção Coletiva de Prensas, resultado de uma iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Mesmo assim, segundo Lopes, apenas 12% do equipamentos industriais são protegidos. “Precisamos de uma lei federal, mais ampla”, reforça.

Ele considera que as novas tecnologias estão produzindo novas doenças, como as ler/dort, o estresse. “Com o ritmo frenético de produção, as pessoas trabalham nas máquinas como robôs. A norma diz que a máquina deve ser protegida, mas o trabalhador também precisa de proteção”, afirma.

Continuando, Lopes deixou clara a importância do trabalhador saber o que é máquina segura, se ele está trabalhando numa máquina segura. “As máquinas precisam ter dispositivos de segurança que impeçam o trabalhador de colocar mãos, pés e braços na área de risco”, reforça.

Para Lopes, os procedimentos de operação da máquina precisam estar por escrito e o trabalhador precisa receber treinamento. “Este é um trabalho de muita responsabilidade, e o cipeiro tem de estar sempre atento para qualquer situação de risco e irregularidade”, afirmou.

PROGRAMAS DE PREVENÇÃO


Palestrante Sidney

A segunda palestra, ministrada pelo consultor técnico por Sidney Esteves Peinado, foi marcada pelo interesse e interação dos participantes, que fizeram inúmeras perguntas, elevando a qualidade do evento.

O palestrante abordou conceitos importantes em relação à elaboração dos programas de prevenção de máquinas e equipamentos. Detalhou as diferenças em relação às prensas (objeto da palestra anterior) e equipamentos similares. Com objetividade complementou a discussão sobre como é composto o PPRPS (Programa de Prevenção em risco em Prensas e Similares) e abordagens legais sobre a Nota Técnica nº 16/ 2005, e considerações sobre a NR 12.

Introduziu o contexto elucidando aos expectadores a proveniência das normas técnicas nacionais, peculiares da segurança do trabalho.

Elencou, de forma didática, as categorias de segurança, as prioridades de uma avaliação de risco, enfatizando o operador da máquina como peça primordial para a eficácia da solução. E, após fazer a exposição de diversos equipamentos similares, desde uma calandra até os equipamentos constituintes de uma linha de lixamento, finalizou com a abordagem na questão da responsabilidade, pertinente à área da segurança, enfocando cada envolvido no processo de fabricação, que são, empregador, chefias e operador.