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Cipeiros pedem mais tempo para exercer função na fábrica

11° Encimesp aprova propostas para
o trabalho de prevenção nos ambientes de trabalho

O segundo dia do 11° Encimesp – Encontro de Cipeiros Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – foi marcado pela apresentação das propostas discutidas pelos grupos de trabalho, formados no primeiro dia do encontro, na quinta-feira (20), e o encaminhamento das resoluções.

Foram cinco os grupos de trabalho formados – azul, vermelho, verde, branco e amarelo –, que debateram os desafios dos cipeiros e as ações a serem empreendidas para o desenvolvimento do trabalho nas fábricas.

O presidente do Sindicato, Miguel Torres, ressaltou a importância dos cipeiros debaterem o que é preciso para melhorar as condições de segurança nas empresas e a participação dos trabalhadores nas ações para alcançar o objetivo de risco zero.

“Nem todos dão importância à questão da segurança e à CIPA. Sabemos das dificuldades que os cipeiros encontram para desenvolver o seu trabalho e nossa intenção é ampliar a discussão dentro das fábricas, promover mais encontros, conscientizar e melhorar a formação dos cipeiros e dos trabalhadores”, disse.

O encontro foi prestigiado pelo Superintendente Regional do Trabalho, José Mello, que falou a importância do trabalho da CIPA. “O papel do cipeiro é mudar a realidade nas fábricas. Somos campeões de acidentes do trabalho e doenças profissionais e o Ministério do Trabalho tem que dar suporte a vocês”.

De acordo com o superintendente, “as Cipas atuantes ajudam o bom empregador e a representação do sindicato no local de trabalho”.

O diretor Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, do Sindicato, completou, dizendo que “as empresas têm de ter responsabilidade social e os consumidores têm que atuar como fiscais e não comprar produtos de empresas que mutilam e matam trabalhadores.” Daí a importância da conscientização da sociedade para a questão da segurança nas empresas.

O 11° Encimesp foi realizado no Centro de Lazer da Família Metalúrgica, em Praia Grande, com a participação de cerca de 180 trabalhadores de 150 empresas metalúrgicas.

O evento contou também com a participação do companheiro Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de saúde e segurança da Força Sindical.

Resoluções aprovadas:

Desafios:

– Melhorar a relação com os trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos individuais de proteção

– Conscientizar os companheiros(as) sobre os riscos na área de trabalho

– Conhecer e fiscalizar as áreas de risco

– Melhorar a qualificação dos trabalhadores para lidar com os processos de trabalho

– Ter canal de relacionamento direto com os gestores da empresa, responsáveis pelas decisões

– Despertar a consciência dos líderes e gestores da fábrica para ajudar a permitir a atuação dos membros da CIPA

– Fazer com que os responsáveis pela gestão levem em conta as prioridades do mapa de risco

– Dificuldades no acesso a registros e informações sobre acidentes de trabalho

Problemas:

– Falta de campanhas educativas de prevenção

– Dificuldade de parar máquinas com risco eminente de acidentes

– Formação dos Cipeiros: faltam cursos e treinamento de 20 horas são ineficazes

– Falta de treinamento e de EPIs e EPCs para os trabalhadores

– Não atendimento às ocorrências de acidentes relatadas pela CIPA

– Ausência de um sistema de monitoramento e acompanhamento de informações sobre acidentes de trabalho.

– Falta de suporte técnico ou informações sobre segurança por parte da empresa

– Desconhecimento das normas técnicas por parte de empresários e chefias

– Pressão sobre o Cipeiro, perseguição, falta de diálogo

– Dificuldade na realização, planejamento e execução de ações de trabalho

– Falta de conscientização e de conhecimento, de membros da CIPA, sobre riscos específicos

Ações propostas:

– Lutar por tempo livre para os Cipeiros; de pelo menos duas horas por semana para o desenvolvimento do seu trabalho

– Garantir o direito da recusa ao trabalho em caso de risco eminente ao trabalhador

– Dar treinamento dos trabalhadores para melhor uso dos EPIs

– Sensibilizar, conscientizar e educar os trabalhadores para a segurança do trabalho

– Promover atividades de integração entre funcionários e cipeiros

– Treinamento trimestral, informativo e cursos aos cipeiros com ajuda do Sindicato

– Realização de cursos para que o cipeiro aprenda a reconhecer riscos e elaborar mapa de riscos

– Organizar calendário com ações para melhorar a atuação de CIPA

– Mais comunicação e aproximação do Sindicato com as CIPAs

– Incluir os trabalhadores terceirizados nos treinamentos de segurança do trabalho

– Elaborar campanhas de prevenção por meio de eventos, panfletos, teatros, filmes etc.

– Conhecer e utilizar melhor o CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador)

– Agendar visitas e palestras ao CEREST para conhecer o que é e quais os serviços que oferece

– Propor ao Sindicato realizar convênio com o CEREST para formação de cipeiros

– Ter um quadro/mural na fábrica para divulgação dos resultados do trabalho da CIPA

– Definir calendário de reuniões e maior tempo livre para os cipeiros

– Desenvolver sistema de informações sobre acidentes para tomada de decisões

Apoio à CIPA:

– Garantir o cumprimento da Convenção Coletiva quanto às questões de segurança e saúde

– Fortalecer a autonomia dos cipeiros para encaminhamento das decisões

– Dar mais suporte técnico-jurídico para o cipeiro

– Acionar o Sindicato quando a empresa não colaborar com a CIPA ou com melhorias contínuas na fábrica

– Encaminhar proposta de mudança da legislação para tornar mais efetivas as decisões da CIPA e garantir a eleição que os trabalhadores elejam de todos os cipeiros e não apenas a sua representação

– Utilizar as reuniões da CIPA para chamar os responsáveis pelas decisões na fábrica

– Buscar diálogo transparente e objetivo entre chefia e CIPA

– Envolver mais o Sindicato na relação Patrões e CIPA

– Denunciar ao Sindicato qualquer forma de perseguição e intimidação ao trabalho dos cipeiros

Comunicação:

– Propor ao Sindicato fazer boletins informativos regulares sobre a atuação das CIPAS; promover reuniões regulares com as CIPAS, por região

– Mais rigor do Sindicato nas ações de segurança e inclusão de notícias sobre os problemas nas empresas no jornal do Sindicato

Grupos de Trabalho


Grupo Amarelo


Grupo Azul


Grupo Branco


Grupo Verde


Grupo Vermelho


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Por Débora Gonçalves
Fotos: Paulo Segura
www.metalurgicos.org.br