Iugo Koyama
Paulinho discursa ao lado dos presidentes das demais centrais sindicais
Trabalhadores e dirigentes sindicais de todo o País ligados às centrais Força Sindical, CUT, NCST, CTB e CGTB aprovaram na Conferência da Classe Trabalhadora realizada nesta terça-feira, dia 1º de junho, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, um documento contendo propostas que os trabalhadores querem que sejam implementadas no País e que será entregue aos presidenciáveis.
O evento reuniu cerca de 25 mil trabalhadores das mais diversas categorias profissionais, de todo o País. Desse total, cerca de 11 mil são representados pela Força Sindical e, desses, 2.550 são metalúrgicos da capital e Mogi das Cruzes.
Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, a Conferência foi “um encontro histórico que irá fortalecer a unidade de ação das centrais com definição das propostas da classe trabalhadora voltada para o desenvolvimento”.
Jaelcio Santana
Miguel Torres, presidente do Sindicato
Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, a conferência é um marco de lutas e conquistas e de preparação para novos desafios, como fortalecer a representatividade dos trabalhadores nas casas legislativas e postos de comando do pais.
A Conferência começou às 10 horas, mas desde as 6 horas, sindicalistas e trabalhadores se movimentavam em frente ao Estádio do Pacaembu. O evento atraiu caravanas do Norte, como, por exemplo, de Belém, que viajou 52 horas. Sob garoa fina e frio, os trabalhadores participaram do ato exibindo bandeiras das centrais e dos sindicatos. Dirigentes sindicais mulheres, entre as quais Maria Auxiliadora dos Santos, Secretária Nacional da Mulher, leram o manifesto da Conferência.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, coordenou a Conferência junto com os secretários-gerais de outras centrais, e declarou que uma das consequências da unidade das centrais foi o fortalecimento do mercado interno.
DIREITOS DOS TRABALHADORES
Paulinho destacou a importância da unidade das centrais que vem sendo construída há muito tempo. “A unidade barrou a emenda 3, que permitia a contratação de trabalhadores como pessoa jurídica e com a tentativa dos empregadores de acabar com os direitos dos trabalhadores.”
O presidente da Força Sindical ressaltou as marchas para aumentar o salário mínimo e o poder de compra dos aposentados, quando foi aprovada a emenda de sua autoria, que fixa o reajuste dos aposentados com base na inflação mais 80% do PIB (Produto Interno Bruto).
O presidente da CUT, Artur Henrique, também citou as conquistas que foram frutos da unidade, como a política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda.
José Calixto, presidente da NCST, disse que as centrais estão conscientes de que juntas podem chegar a um resultado satisfatório. Para Antonio Neto, da CGTB, a Conferência representa a maturidade das centrais. Wagner Gomes, da CTB, declarou que o fracasso do neoliberalismo despertou para a luta por alternativas.
O vice-presidente da Força Sindical, Melquíades Araújo, destacou que é legítimo os trabalhadores buscarem seus direitos e a persistência na unidade das centrais. “Cerca de 90% da sociedade é composta de trabalhadores e, portanto, somos a maioria. É preciso mudar a atual situação, pois o Congresso Nacional tem poucos parlamentares que representam os trabalhadores e a maioria representa a elite. Eles (a elite) é que precisam ser submissos à maioria”, disse.
MOMENTO
A Conferência acontece num momento importante caracterizado pelo crescimento sustentado da economia e pela afirmação do papel positivo do movimento sindical e da classe trabalhadora brasileira.
Os trabalhadores propuseram no documento caminhos pelo desenvolvimento, com crescimento sustentado, contras as desigualdades sociais, pela ampliação dos direitos dos trabalhadores e geração de postos de trabalho.
Paulo Sérgio de Souza
(Assessorias de Imprensa da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos SP)