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Desemprego e crise alteram perfil de usuários dos ‘Bom Prato’

São Paulo – A Secretaria de Desenvolvimento Social realizou uma pesquisa com 2.533 usuários do Programa “Bom Prato”, do governo paulista. Os dados são referentes ao ano de 2016 e apontaram um aumento de desempregados entre os frequentadores dos restaurantes.

O levantamento apontou que do total de usuários, cerca de 20% estão desempregados, um aumento de 117,5% em relação à taxa registrada em 2015, de 8%. Apesar desse aumento, considerado significativo, outro ponto chama a atenção da secretaria: a alta de 500% entre os que recebem de três a cinco salários mínimos. Em 2015, eram 45% e em 2016, a taxa saltou para 69%.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, houve uma significativa mudança de perfil dos frequentadores do Bom Prato, por conta da crise econômica atual que o país ainda enfrenta. “Sentimos que houve um aumento de pessoas desempregadas e também um aumento da classe média baixa que, apesar de ter uma renda familiar, tem a necessidade de usar os restaurantes Bom Prato para garantir a principal refeição do dia”, explicou. Para ele, tal aumento é uma forma de gerar economia no orçamento. “Há economia de comida em casa e isso também atestou a qualidade da alimentação do programa.”

Outro dado importante é a predominância de pessoas com moradia própria que frequenta os restaurantes, que são 69% do total. Aliado a isso, houve um crescimento de pessoas que moram em albergues, comunidades e em situação de rua, respectivamente 13,3%, 200% e 100% de alta. O número de jovens entre 17 e 24 anos também está nos desdobramentos da crise. Em 2015 representavam 10,1% e em 2016 passaram a 17%. Um crescimento de 6,9% da faixa etária.

O programa Bom Prato foi elaborado para atender mais fortemente a população carente, mas não impede o uso por outros segmentos, ou seja, é uma política pública universal. Ao todo, são 52 unidades em funcionamento no estado. Pesaro afirma que esse novo cenário vem alterando a identidade do programa, mas que não existem iniciativas que possam vir a restringir o acesso.

“Eu não acredito que essa tendência será permanente, acho que é algo temporário. Com a melhoria da economia, isso irá mudar”, conclui Pesaro.