Notícias

Desemprego foi de 7,3% em abril, a menor taxa para o mês desde 2002

Rennan Setti, com agências

RIO – Puxada pela melhoria do mercado de trabalho em São Paulo, a taxa de desemprego no país ficou em 7,3% em abril, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é menor que a registrada em março, de 7,6%, e bem abaixo do resultado de abril de 2009, de 8,9%.

Este é o menor desemprego para o mês de abril desde o início da nova série histórica do IBGE, em 2002. O resultado veio abaixo da expectativa do mercado. Economistas consultados pela Reuters projetavam uma taxa de 7,6%, de acordo com a mediana de 20 respostas que variaram de 7,3% a 7,8%.

Para o gerente de Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, Cimar Azeredo, o mercado de trabalho está mais aquecido do que antes da crise e já recuperou a tendência de crescimento de 2008.

– A redução da taxa de desocupação já era esperada para essa época do ano, que é quando o mercado começa a se acelerar. Mesmo assim, a queda de 0,3 ponto percentual foi significativa, pois a taxa média de desemprego já estava em nível muito baixo. Os números mostram também que a taxa de desocupação está sendo reduzida por conta da criação de vagas de trabalho, e não pela diminuição de pessoas que estão procurando emprego – afirmou Cimar Azeredo.

” O mercado de trabalho está mais aquecido do que antes da crise e já recuperou a tendência de crescimento “

O resultado foi puxado pelo desempenho de São Paulo, região com peso de 40% na composição da taxa de desemprego nacional do IBGE. O desemprego em São Paulo caiu para 7,7% em abril, ante 8,2% em março.

– Quem puxa é São Paulo e isso é bom porque lá a indústria éforte e dá sinais de recuperação – disse o economista do IBGE, Cimar Pereira Azeredo, ressaltando que o setor industrial abriu 11 mil novas vagas em São Paulo.

– Não é um crescimento muito significativo, mas só em já estar abrindo vagas já é uma boa notícia.

Taxa de desemprego tem leve queda em abril, aponta Dieese

Ao todo, existiam 1,7 milhão de desocupados no país em abril, contingente que não variou em relação a março, mas recuou 16,4% na comparação com abril de 2009. Também não houve variação na população ocupada, estimada em 21,8 milhões de pessoas, frente a março. Na comparação com abril de 2009, no entanto, houve alta de 4,3%, com mais 907 mil postos de trabalho em um ano.

Segundo o IBGE, O rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.424,10) ficou estável em relação ao de março (R$ 1.423,32); frente a abril de 2009 (R$ 1.392,65), houve ganho de 2,3%.