Cerca de 450 trabalhadores ligados à produção na indústria estão parados há uma semana. Multinacional entrou na Justiça com pedido de conciliação, diz sindicato
![Funcionário da Unilever em Vinhedo protesta contra demissões (Foto: Sindicato dos Químicos de Vinhedo/Divulgação)](https://s2.glbimg.com/8s2sQYvTwgnhgPVLIv6b_El7xYo=/0x0:960x832/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/G/A/WOi1GmTOGJudizny7GhQ/unilever3.jpg)
Funcionários ligados à produção da multinacional Unilever em Vinhedo (SP) – responsável por linhas de higiene pessoal e limpeza – fizeram um ato em protesto contra demissões e terceirização de pessoal na entrada da indústria, nesta quinta-feira (5). Cerca de 450 trabalhadores estão parados, de acordo com o Sindicato dos Químicos da cidade. A greve teve início há uma semana, no dia 29 de setembro.
Por nota, a Unilever confirmou que as demissões fazem parte de um programa de reestruturação com o intuito de “manter a fábrica de Vinhedo competitiva por meio de ganho de eficiência no processo produtivo e da especialização da área de logística”, feita por meio de terceirização. Ao todo 130 funcionários serão afetados, sendo a maioria do setor de logística.
Ao menos 100 pessoas, entre empregados, familiares e sindicalistas, levaram cartazes e fizeram uma grande roda na entrada da empresa nesta manhã. Segundo o sindicato, somente os funcionários terceirizados – portaria, limpeza, manutenção e administrativo – estão entrando na fábrica para trabalhar.
O diretor do sindicato, Diego Francisco Henrique, disse ao G1 que no dia 22 de setembro foi anunciada a demissão de 130 trabalhadores, por conta da terceirização de um setor. Os trabalhadores parados abrangem as áreas mecânica, logística e de processos. A indústria da cidade tem, ao todo, cerca de 700 funcionários.
“Quando anunciou, a gente teve uma reunião. A proposta do sindicato é manter os postos de trabalho e a empresa quer um PDV [Plano de Demissão Voluntária]. Diz que quer fazer uma reestruturação e precisa contratar uma empresa terceira”, afirma o diretor.
![Ato ocorreu na entrada da fábrica da Unilever em Vinhedo (Foto: Sindicato dos Químicos de Vinhedo/Divulgação)](https://s2.glbimg.com/A5zdEVM58HSNQ0eG3hMmhYN5_3g=/0x0:1040x585/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/l/4/tRM8kEQJq060oEBJaAZQ/unilever1.jpg)
Segundo Henrique, que estima um prejuízo diário de R$ 20 milhões para a empresa, a Unilever entrou na Justiça com um pedido de mediação e a audiência está marcada para o dia 10 de outubro no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas (SP). Até lá, a greve será mantida, segundo a entidade.
A Unilever informou, ainda, que a empresa pediu à Justiça do Trabalho de Vinhedo “uma liminar para garantir o direito de ir e vir, a integridade física dos empregados, o que foi deferido, com multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento pelo sindicato”.
Redução salarial
O sindicato alega que haverá uma redução brusca nos salários para o setor fabril com a terceirização.
“A média salarial em Vinhedo para trabalhadores no setor fabril é de R$ 4 mil bruto e os que vão ser contratados pela empresa terceira vão ser contratados por R$ 1.270 bruto. […] Além de precarização, a Unilever quer aumentar o lucro dela”, afirma o diretor.
O faturamento da multinacional em 2016 foi de R$ 15 bilhões, segundo a entidade.
Os funcionários que serão desligados terão alguns benefícios, segundo a Unilever, como “extensão do plano de saúde, assessoria para recolocação profissional e indenização por ano de trabalho superior ao que prevê a lei”, diz a nota.
![Trabalhadores em greve levaram cartazes no ato contra demissões na Unilever, em Vinhedo (Foto: Sindicato dos Químicos de Vinhedo/Divulgação)](https://s2.glbimg.com/b35gx9gZdiGOZm0w9iOSMQSNuPg=/0x293:640x662/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2017/R/W/8j0w2qQi29OE0XJ3rXUQ/unilever4.jpg)