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Frente Parlamentar para Desenvolvimento da Indústria Têxtil é relançada na Câmara


Rádio Câmara www.camara.gov.br

O crescimento das importações de roupas e tecidos chineses prejudica a indústria nacional e deixa o setor em alerta. Para discutir soluções para esse e outros problemas, foi relançada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil.

A reativação foi marcada por uma audiência pública realizada nesta quarta-feira. Estiveram presentes empresários e sindicalistas do setor, que discutiram medidas para proteger a indústria de tecidos.

O deputado Henrique Fontana, do PT gaúcho, é o líder da Frente. O parlamentar tem experiência no setor por ter trabalhado na empresa de sua família no Rio Grande do Sul. Segundo Fontana, a intenção da Frente, composta por deputados e senadores, é articular politicamente saídas para os problemas com o setor.

“O relançamento da Frente é pra organizar uma agenda de trabalho com o governo, com os empresários e com os trabalhadores. Nós já temos duas reuniões marcadas: para terça-feira da semana que vem com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e no dia 22 de junho com o ministro Guido Mantega, para tratar de um conjunto de iniciativas para fortalecer a indústria têxtil e de confecção brasileira.”

Ainda segundo Henrique Fontana, um dos principais focos de atuação da Frente Parlamentar na Câmara é o projeto (PL 717/03) que exige de todos os produtos importados as mesmas regras para os produzidos no país. Os empresários do setor argumentam que as mercadorias chinesas são produzidas sem preocupação social ou com a qualidade, o que faz delas mais baratas. Segundo o diretor corporativo da Paramount Tecidos, Luiz Arthur Pacheco, a concorrência é injusta.

“A indústria brasileira em geral e a indústria têxtil em específico têm sofrido fortemente com a concorrência de países asiáticos, uma concorrência predatória. São produtos fabricados em países que não respeitam legislação, não respeitam legislação ambiental e praticam câmbio favorecido, um câmbio de política subsidiada, que concede a esses produtos uma competição totalmente desleal se você for comparar a qualquer economia mundial de mercado – e nesse ponto eu me refiro especificamente aos produtos da China.”

Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil indicam que as importações de vestuário cresceram 16 vezes na última década, impulsionadas principalmente pelos produtos asiáticos que tanto incomodam os empresários brasileiros. Responsável por 3,5% do PIB, o setor ameaçado é o segundo maior gerador de empregos do país.

De Brasília, Emerson Fraga
quarta-feira, 1 de junho de 2011