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Funcionários de fábrica de tratores entram em greve em Mogi das Cruzes

De acordo com sindicato, dos 900 funcionários 600 aderiram à paralisação.
Empresa informou que adota medidas para retomar atividades.

Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Funcionários de uma fábrica de tratores, no distrito de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes, entraram em greve nesta terça-feira (24). De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, dos 900 trabalhadores, 600 aderiram à paralisação. A AGCO, controladora da Valtra, informou que atua para retomar as atividades. “Estão trabalhando apenas os funcionários administrativos e os terceirizados”, afirmou Sílvio Bernardo, diretor do sindicato.

Ainda segundo a entidade, a paralisação começou por causa do pagamento parcial do Programa de Participação nos Lucros e Resultados, em relação ao acordo feito em 2014. “Havia sido acordado que seriam pagos R$ 4 mil ou 95% do salário em duas parcelas caso atingissem a produção. A primeira parcela, de 40% do valor, foi paga em julho de 2014. A segunda seria acertada agora em fevereiro, mas os funcionários receberam apenas R$ 700. Somando, a participação ficou em R$ 2,3 mil e eles não concordaram.”

De acordo com Bernardo, uma cláusula no acordo previa que poderia ocorrer mudança no valor caso houvessem alterações nas vendas do setor por causa de ações do governo. A entidade afirmou que a produção anual ficou em 12,1 mil e o esperado eram 15,8 mil máquinas. “Eles trabalharam bastante em 2014. Acham injusto. Até acredito que [o governo] possa ter influenciado, teve Copa do Mundo, Eleições. Não houve investimento na agricultura. Mas a empresa deveria ter comunicado os trabalhadores e rediscutido os números”, diz o diretor.

Segundo o sindicato, havia uma rodada de negociações marcada para 10h desta terça. Os funcionários da manhã não iniciaram o turno para esperar o resultado. Como não houve proposta por parte da empresa, ainda de acordo com a entidade, em assembleia, os trabalhadores decidiram paralisar as atividades.

Em nota, a AGCO, que controla a Valtra, informou que “respeita o movimento e está trabalhando para retomada das atividades fabris. A AGCO tem um compromisso sério com os seus colaboradores e reconhece sua importância para a companhia e o desenvolvimento agrícola do país.”

O G1 questionou quantos funcionários trabalham na fábrica e quantos aderiram à paralisação, mas não recebeu resposta sobre isso.