Por duas vezes, hoje, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Carlos Augusto dos Santos, o Carlão, e uma comissão de trabalhadores da Italspeed, fabricante de rodas para carro na zona sul, reuniram-se com a direção da empresa na busca de uma solução para o problema da greve dos funcionários, mas não houve acordo. Em duas assembléias, uma pela manhã e outra à tarde, os trabalhadores rejeitaram a proposta da empresa sobre o pagamento da PLR e o banco de horas e decidiram manter a greve iniciada ontem. O movimento tem 90% de adesão dos cerca de 560 funcionários.
Os trabalhadores querem receber de uma única vez os R$ 500 correspondentes à segunda parcela da PLR, e não em duas vezes – de R$ 250 cada-, querem mudança na jornada de trabalho, que hoje é de 6×1 com uma folga aos domingos após três trabalhados; o fim do banco de horas – as horas-extras trabalhadas vão para um banco e ficam como crédito para os trabalhadores. O pagamento da segunda parcela da PLR, no valor de R$ 500, está previsto em acordo para 28 de fevereiro.
Os trabalhadores também reivindicam a regularização do pagamento das férias, fim dos atrasos do vale-transporte e cesta básica gratuita – hoje eles recebem tíquete-cesta e pagam uma parte.
Segundo Carlão, a Italspeed insiste em dividir a segunda parcela da PLR, não aceita mudar a jornada de trabalho, pois alega não ter condições para isso agora, só aceita discutir o banco de horas mais pra frente e diz que só vai rever as 12 demissões e o aviso prévio dado a 40 funcionários, ontem, se os trabalhadores aceitarem a sua proposta.
“Isso é inadmissível. O Sindicato está entrando com pedido de dissídio no Tribunal Regional do Trabalho para buscar um acordo”, afirma Carlão.