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Greve na Philips vai parar nos tribunais

Pedro Souza

A novela que envolve Philips do Brasil e os funcionários da planta do bairro Capuava, em Mauá, chegou ao Judiciário. Hoje haverá audiência de conciliação entre empresa e Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em São Paulo.

De acordo com o presidente do sindicato, Cícero Martinha, a companhia pede julgamento da greve, que acontece desde sexta-feira, quando foi anunciado que a unidade fechará em junho. “Será a primeira vez que vamos sentar com os representantes da Philips”, afirmou.

Ontem, a entidade realizou assembléia com boa parte dos 410 funcionários da área de produção da Philips de Capuava. Martinha, sobre o caminhão de som, pediu para que todos os trabalhadores que serão afetados pelo fim da unidade fiquem juntos. “Não é mais uma luta individual. Agora é uma luta coletiva. Temos que brigar pelos empregos, pois se cada um for resolver o seu, amanhã eles demitem mais dez, e depois mais e mais”, argumentou.

Ele prometeu a paralisação da filial até que a empresa apresente acordo. “Se amanhã (hoje) não houver conciliação na audiência, nós vamos acampar aqui na fábrica. E, se for preciso, eu convoco companheiros de outras empresas para participarem conosco”, afirmou. O sindicato fará assembléia amanhã, às 7h30, para apresentar a posição após a audiência.

Em nota, a Philips do Brasil esclareceu que está tomando providências junto ao sindicato “e às autoridades competentes com o intuito de manter sua postura aberta ao diálogo e à negociação visando sempre oferecer um pacote de desligamento que resguarde o trabalhador”.

Segundo alguns funcionários que não quiseram se identificar, a tragédia já era anunciada. Isso porque há alguns meses, os advogados da Philips procuraram os trabalhadores, com processos contra a empresa, para acordos. “Tem conhecidos que aceitaram, mesmo sabendo que não receberiam nem metade do que lhes era de direito”, contou um dos trabalhadores.

Para a representante do sindicato na unidade, Denise Moreira, uma subestação de energia recém-construída dentro da fábrica representava “esperança de que não perderiam empregos”.

Martinha disse que já entrou em contato com o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região para tentar recolocação dos funcionários da Philips. A empresa de lâmpadas Osram está localizada na cidade.