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Greve na Volkswagen no Paraná completa 33 dias

EVANDRO FADEL

CURITIBA – As direções da Volkswagen e do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba devem se reunir amanhã para estudar uma alternativa que coloque fim à greve na unidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, que hoje completou 33 dias. Uma possível proposta deve ser analisada em assembleia às 14 horas. “Agora não é apenas a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que temos de negociar, mas um pacotão com os dias parados, os dias adicionais”, afirmou o presidente do sindicato, Sérgio Butka.

Ele disse que a empresa procurou-o hoje, momentos antes do início de uma assembleia, e questionou se haveria possibilidade de encerrar o movimento com uma melhora na proposta de dias adicionais. “Eu disse não, agora não é mais só isso”, afirmou. A assembleia contou com a presença de presidentes de vários sindicatos de metalúrgicos do Brasil, além do presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. “Acho isso aqui um absurdo, uma empresa não negociar durante 33 dias”, destacou. “Agora, além de negociar a PLR tem que negociar o mês de paralisação, é mais um complicador.”

Ele disse ter conversado com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e com o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, pedindo que eles entrassem em contato com a diretoria da Volkswagen para se tentar um acordo. Em discurso aos grevistas, Paulinho afirmou que não descartava a possibilidade de apresentar um requerimento na Câmara dos Deputados para que o presidente da empresa no Brasil, Thomas Schmall, “vá lá se explicar”.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, disse que a greve dos metalúrgicos paranaenses é uma oportunidade para que a categoria comece a discutir a possibilidade de se pensar em um contrato coletivo de trabalho que estabeleça um piso salarial único nacional para as montadoras. Butka acentuou que a dificuldade para essa proposta é saber em qual nível será estabelecido o piso. “Há uma diferença enorme”, ressaltou.

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, destacou que os trabalhadores de São Paulo estavam se solidarizando com os paranaenses. “A partir de agora é um movimento só”, afirmou. “Mexeu com uma fábrica mexeu com todas e não adianta ficar ameaçando que vai fechar.” Para garantir que os metalúrgicos de Curitiba possam se sustentar, ele chegou a admitir a criação de um fundo de greve nacional.