Montadora anunciou corte de 400 funcionários em maio.
Outros 800 farão rodízio de licença remunerada até dezembro.
A Honda e o Sindicado dos Metalúrgicos de Campinas e região anunciaram nesta quarta-feira (8) que fecharam acordo sobre a situação dos 400 funcionários demitidos pela empresa na fábrica de Sumaré (SP). O corte foi anunciado no mês passado, em virtude da decisão de reduzir a produção pela metade, devido à falta de peças importadas do Japão. A montadora é uma das mais prejudicadas pelo terremoto ocorrido em março no país asiático.
Após audiência de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), as partes concordaram que os trabalhadores demitidos receberão, além do que prevê a lei, salários adicionais que variam de 1 a 5, conforme o tempo de serviço e respeitando um teto de R$ 9.500. Além disso, terão 3 meses de cesta básica e mais 6 de plano de saúde, e contarão com ajuda de profissionais de recolocação por 3 meses.
A Honda afirmou que outros 800 funcionários ficarão, em sistema de rodízio, em licença remunerada. Eles se revezarão nessa condição até dezembro, quando a montadora e o sindicato voltarão a se reunir para discutir medidas para 2012. Em nota, a montadora reiterou que “empreendeu todos os esforços no sentido de minimizar o impacto da situação para os trabalhadores”. E diz que, desde 1992, não realizava desligamentos em sua operação no Brasil.
Ficou acordado ainda que os trabalhadores da empresa terão estabilidade provisória de 45 dias, a contar desta quinta (9), e a que Honda se compromete à manutenção do nível de emprego até dezembro. Também serão pagos os dias parados no período de 12 a 20 de maio. Nesse tempo, o sindicato diz que houve greve, mas a Honda afirma que não existiu formalização da greve, apenas paralisações temporárias para que os funcionários realizassem assembleias.
A fábrica retomou a produção nesta quarta (8), após 16 dias de parada técnica para manutenção, uma medida que é tradicionalmente adotada em julho mas que, neste ano, foi adiantada devido à falta de peças importadas. Ela foi iniciada no último dia 23.
A planta de Sumaré passará a fabricar 300 veículos por dia, em vez dos tradicionais 600. Nela são feitos os modelos City, Civic e Fit.
Greve da Volkswagen no PR
Os trabalhadores da Volkswagen na fábrica de São José dos Pinhais, no PR, decidiram nesta quarta manter a greve que já dura 35 dias. Eles querem uma participação nos lucros de R$ 12 mil, maior do que a ofertada pela empresa. A última proposta, de R$ 5.200 para a primeira parcela da PLR, foi feita na semana passada, mas foi rejeitada. Nesta quinta deve ocorrer uma nova reunião entre a empresa e o sindicato.
Nessa fábrica são produzidos os modelos Fox, CrossFox e Golf. Na semana passada, lojas de dez capitais consultadas pelo G1 relataram estoque baixo ou falta da versão 1.6 do Fox.