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Importados ameaçam indústria

As micro e pequenas indústrias paulistas sentem os efeitos da valorização do real ante o dólar com o aumento da concorrência de produtos importados. Segundo estudo feito com 300 empresa a pedido do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), 45% dos empresários dizem ter perdido mercado para produtos vindos do exterior.

Esta concorrência, segundo 75% dos entrevistados, é desleal porque os importados são mais baratos (62%), pagam menos impostos (47%), a mão de obra em outros países é mais barata (17%) ou têm menor qualidade (12%).

“Grandes empresas e multinacionais optam por comprar produtos no exterior porque eles estão mais baratos. E isso prejudica as micro e pequenas indústrias, que vendem para estas empresas, principalmente nos setores de autopeças, energia e máquinas”, diz Milton Bogus, diretor do departamento da micro, pequena e média indústria da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp). “O real valorizado e impostos e juros altos contribuem para isso”, conta.

No total, 39% das empresas utilizam matéria-prima importada na fabricação de seus produtos e 38% usam importados porque custam menos. Em um ano, 30% acreditam que vão importar mais.

“Neste cenário, muitas empresas podem fechar ou perder postos de trabalho”, alerta o presidente do Simpi, Joseph Couri.

O Estado tem 150 mil indústrias. A maioria (98%) é de micro e pequenas, que empregam 60% dos trabalhadores do setor. Bogus recomenda ao pequeno empresário pesquisar linhas de crédito mais baratas, se capacitar para reduzir custos ou optar por um consórcio com outras indústrias para se manter no mercado.