MARIANA SALLOWICZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
A indústria paulista manteve o ritmo de recuperação em janeiro, apesar de ainda não ter retomado os níveis pré-crise. No mês passado, a atividade no setor cresceu, com ajuste sazonal, 0,4% ante dezembro, disse a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, estima que o INA (Indicador de Nível de Atividade) deverá crescer neste ano “entre 13% e 14%”, sendo “uma parte de recuperação, e outra, de crescimento”. Nos últimos 12 meses, o indicador teve variação negativa de 6,2%. Em janeiro deste ano, ante o mesmo mês de 2009, registrou alta de 18%.
Todos os elementos que compõem o INA, como horas trabalhadas, volume de vendas e nível de utilização da capacidade, tiveram retração, resultado normal para o mês de janeiro, segundo Francini.
O nível de utilização da capacidade instalada, que mensura o uso de máquinas e equipamentos nas indústrias, ficou em 81,7%, com ajuste sazonal. Segundo Francini, nenhum setor está próximo de risco. “Existe folga ainda dentro da estrutura industrial para poder alicerçar um crescimento, previsto para 2010.”
Entre os setores com destaque positivo em janeiro, estão os de metalurgia básica e máquinas e equipamentos, que também foram uns dos que mais sofreram com a crise.
No caso da metalurgia, o aumento no mês passado ante o mesmo período de 2009 foi de 11,3%. Em relação a dezembro, houve alta de 2,2% na série com ajuste. O setor começou a se recuperar no fim do ano passado, ritmo mantido em janeiro.
Já o setor de máquinas e equipamentos, que serve de termômetro para investimentos da indústria, registrou recuperação ainda mais expressiva, de 28,1% ante janeiro de 2009 e de 2% na comparação com dezembro, com ajuste. “Isso mostra que as indústrias foram às compras para se reequipar, modernizar e aumentar o processo produtivo”, afirma.
Entre os destaques negativos, está o setor de alimentos e bebidas, com queda de 0,4% ante dezembro, com ajuste. “O mês de janeiro teve condições climáticas muito adversas. As usinas tiveram menor produção e queda no faturamento”, afirma Francini.