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Inflação oficial fecha ano em 4,31%, a menor taxa desde 2006

Alta menor dos alimentos puxou desaceleração do IPCA em 2009.
Para a baixa renda, inflação ficou em 4,11%, diz IBGE.

Do G1, em São Paulo

A inflação oficial, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2009 em 4,31%, na menor taxa desde os 3,14% registrados em 2006, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta menor dos preços dos alimentos foi a principal contribuição para a redução da taxa do IPCA, que em 2008 ficara em 5,90%.

 “Enquanto o ano de 2008 foi influenciado pela alta dos alimentos, que haviam fechado em 11,11%, em 2009 esses produtos tiveram variação de 3,18% (sendo 2,64% no primeiro semestre e 0,52% no segundo) e explicaram a redução do IPCA de um ano para o outro”, diz o IBGE em nota. A produção maior do arroz e do feijão, por outro lado, derrubou os preços desses produtos e contribuiu para a desaceleração da alta dos alimentos em 2009. O arroz fechou o ano 13,14% mais barato, enquanto o preço do feijão caiu 37,43%.

O IPCA é considerado a “inflação oficial” do país por ser a utilizada para o cálculo da meta de inflação do governo federal, que é de 4,5% ao ano. O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos.

Apesar da alta menor dos preços dos alimentos, o item refeição em restaurante, que subiu 9,05%, foi o que mais contribuiu para o IPCA do ano, com 0,37 ponto percentual. A seguir veio o açúcar refinado, com alta de 52,99% e contribuição de 0,11 ponto percentual. Entre os produtos não alimentícios, colégios (5,94%) e empregado doméstico (8,73%) empataram na segunda maior contribuição para o resultado do ano (0,28 ponto percentual cada um).

Os combustíveis fecharam o ano com alta de 2,61%, acima do resultado de 0,55% em 2008. Em 2009, o álcool variou 14,98%; e a gasolina, 2,06%.

Entre os grupos, também ficaram menores, na passagem de 2008 para 2009, as taxas de vestuário (de 7,31% para 6,11%), comunicação (de 1,78% para 1,08%) e saúde (de 5,73% para 5,35%).

Já o grupo despesas pessoais ficou com a maior alta, de 8,03%, e a maior contribuição, de 0,79 ponto percentual, impactado pelas altas de serviços pessoais (7,50%) e cigarro (27,00%). Tiveram aceleração ainda as taxas de habitação (de 5,08% para 5,67%), artigos de residência (de 1,99% para 3,04%), transportes (de 2,32% para 2,36%) e educação (de 4,56% para 6,13%).

De acordo com o IBGE, Brasília registrou a maior taxa do IPCA no ano passado, de 4,92%, refletindo principalmente os aumentos nos aluguéis (8,08%), condomínios (9,07%) e passagens aéreas (51,39%). O índice mais baixo foi o de Goiânia (3,45%), onde os alimentos apresentaram a menor variação, de 0,93%. 

Dezembro
No último mês do ano, a inflação oficial ficou em 0,37%, abaixo da taxa de 0,41% do mês anterior. Também em dezembro, os alimentos foram os principais responsáveis pela redução da taxa, já que a taxa do grupo recuou de 0,58% para 0,24%.

Entre os produtos não alimentícios, a taxa de 0,41% de dezembro ficou acima dos 0,36% de novembro. A maior contribuição individual no mês ficou com as passagens aéreas (0,12 ponto percentual), com alta de 46,91%. 

INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de baixa renda, que ganham de um a seis salários mínimos, teve variação de 0,24% em dezembro, e fechou o ano passado em 4,11%. A taxa anual também é a menor desde 2006, quando ficara em 2,81%.

No ano, os alimentos aumentaram 1,83%, enquanto a alta do produtos não alimentícios ficou em 5,10%. Em 2008, o resultado havia sido 6,48%, com alta de 11,40% nos alimentícios e 4,47% nos não alimentícios.