Por Vera Saavedra Durão e Juliana Ennes | do Rio
O lucro líquido da Vale no terceiro trimestre de 2010 foi de R$ 10,5 bilhões, o segundo maior da história da companhia, superior em 262% os R$ 2,9 bilhões alcançados no mesmo período de 2009. Esse resultado superou a média das prévias dos analistas ouvidos pelo Valor, de R$ 9,1 bilhão.
No terceiro trimestre de 2008, empresa lucrou R$ 12,4 bilhões, na sequência de um reajuste inédito nos preços do minério.
Também este ano a alta do minério de ferro, que passou a ser reajustado trimestralmente, foi a principal responsável pelo bom desempenho, acompanhada do aumento das vendas no período. O aumento do minério – que pulou de US$ 60 para US$ 120 a tonelada em um ano — respondeu por 73,5% da receita operacional bruta, esta recorde, de R$ 26,4 bilhões. A Vale embarcou 78,5 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas, sendo 65,3 milhões de vendas de minério.
Considerando as vendas por país, a China permaneceu como principal mercado da mineradora, respondendo por 34,6% da receita.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida), um indicador não contábil, foi um recorde de R$ 15,9 bilhões, segundo a empresa, ante R$ 6 bilhões no terceiro trimestre de 2009. O segmento de minério de ferro, pelotas, minério de manganês, ferro-ligas, carvão metalúrgico e térmico tiveram participação de 94,1% no lajida, por conta dos maiores volumes vendidos e altos preços do minério e pelotas.
No período, a posição de caixa da Vale aumentou para US$ 9,7 bilhões, ante US$ 6,2 bilhões até junho. A dívida bruta subiu para US$ 25,2 bilhões, ante US$ 21,1 bilhões no terceiro trimestre de 2009, mas a dívida líquida baixou para US$ 15,5 bilhões, ante os US$ 17,7 bilhões do segundo trimestre, apesar de ter quase dobrado em relação aos US$ 8,1 bilhões do terceiro trimestre de 2009. A relação dívida bruta/lajida caiu de 2,2 no terceiro trimestre de 2009 para 1,3.
O resultado líquido dos swaps de moedas e taxas de juros, estruturados principalmente para converter a dívida em reais para dólar americano para proteger o fluxo de caixa da volatilidade cambial, produziu efeito positivo de R$ 978 milhões no terceiro trimestre, dos quais R$ 190 milhões geraram efeito caixa positivo. (Colaborou Nelson Niero, de São Paulo)