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Lula diz que mínimo maior é oportunismo


Depois de 37 dias de silêncio sobre questões governamentais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o silêncio ontem, em Dacar, no Senegal, para chamar as centrais sindicais de “oportunistas”. A causa é estarem pleiteando um salário mínimo superior aos R$ 545 defendidos pelo governo de Dilma Rousseff.

“O que não pode é nossos colegas sindicalistas, a cada momento, mudar as regras do jogo. Ou você tem uma regra, aprova na Câmara e vira lei e todo mundo fica tranquilo, ou você fica como o oportunista”. As críticas foram feitas pouco antes de seu discurso como convidado do 11º Fórum Social Mundial (FSM).

Novos rumos

Na mesma data, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, disse que o governo enviará ao Congresso Nacional um projeto de política de reajuste de salário mínimo até 2014, e não mais até 2023.

A decisão foi tomada hoje pela presidente Dilma após reunião do grupo de coordenação política, no Palácio do Planalto. O valor do mínimo defendido será de R$ 545.

Segundo Luiz Sérgio, os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disseram no encontro que estão otimistas quanto à aprovação do novo projeto de reajuste do mínimo.

O ministro completou que fará um esforço para que os debates em torno do mínimo não sejam contaminados pela disputa por cargos no segundo escalão.

“É preciso encerrar essa discussão de vagas no segundo escalão. Quando se estava discutindo eleição na Câmara tentavam vincular a discussão do segundo escalão. E agora com o mínimo é a mesma coisa”, finaliza.