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Mais de 2 milhões voltam a buscar trabalho e taxa de desemprego sobe

O enfraquecimento da atividade econômica neste ano tem levado um número cada vez maior de trabalhadores a procurar por uma vaga – venham eles do grupo dos até então inativos ou dos recém demitidos. Esse movimento aparece de forma expressiva na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua referente ao trimestre encerrado em julho, em que a força de trabalho registrou a maior alta da série do levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2,1% em relação ao mesmo período de 2014 – o que corresponde à entrada de 2,064 milhões de pessoas no mercado de trabalho

O número de postos abertos nesse intervalo, 255 mil, foi insuficiente para dar conta da demanda, levando a taxa de desemprego de 6,9% para 8,6%. A diferença de 1,7 ponto percentual entre os dois níveis é também a maior apurada pela série da Pnad Contínua, que começa em 2012. O movimento é semelhante ao da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), hoje o indicador oficial.

A absorção de parte dos desempregados por categorias mais precárias da ocupação impediu um aumento maior do taxa, ressalta Bruno Campos, da LCA Consultores. O volume trabalhadores por conta própria cresceu 4,2% sobre o mesmo trimestre de 2014. Na contramão, os postos com e sem carteira assinada recuaram 2,5% e 1,8%, somando mais de um milhão de cortes.

Mesmo com a “ajuda”, a ocupação avançou timidamente, reiterando o efeito da desaceleração da atividade sobre o mercado de trabalho em 2015 – 0,3% sobre o mesmo intervalo do ano passado, nível semelhante ao dos dois trimestres móveis anteriores, 0,2% naquele encerrado em junho e 0,3% no terminado em maio.