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Mais de 5 milhões esperam mais de um ano por vaga

Esses trabalhadores representam 38,5% dos 13,5 milhões de desempregados no segundo trimestre

No segundo trimestre deste ano, dos 13,5 milhões de brasileiros desempregados no país, 5,2 milhões estavam procurando emprego há mais de um ano, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse número representa 38,5% dos desempregados no período.

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, quanto mais a crise econômica se prolonga, mais tempo o trabalhador fica na fila da desocupação.

Em 2012, quando a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua começou a ser divulgada, esse percentual era de 34,7%. Dos 7,2 milhões de desempregados no segundo trimestre daquele ano, 2,5 milhões estavam procurando emprego sem encontrar há mais de um ano.

Alta do subemprego

No último trimestre da pesquisa, o desemprego apresentou queda na comparação com os três primeiros meses deste ano. O número de desempregados, que era de 14,2 milhões no primeiro trimestre, caiu para 13,5 milhões.

A melhora, porém, foi puxada pelo aumento do subemprego. A chamada subocupação —representada por vagas com jornada inferior a 40 horas semanais, com pessoas trabalhando menos horas do que gostariam —aumentou 11,1% no período.

O número de subocupados passou de 5,2 milhões para 5,8 milhões de trabalhadores, de acordo com os dados do IBGE.

“Em um primeiro momento, a saída da crise se dá pela criação de vagas informais. Elas têm uma qualidade menor no emprego, e a subocupação é uma delas”, afirmou Azeredo.

A força de trabalho subutilizada, que inclui desempregados, subocupados e outras pessoas que poderiam estar trabalhando, chegou a 26,3 milhões de pessoas no segundo trimestre.

No primeiro trimestre, esse grupo era ainda maior, somando quase 26,5 milhões de pessoas. “São essas pessoas que poderiam estar no mercado de trabalho de forma adequada, mas não estão”, destaca o especialista.