Da reportagem local
Uma manifestação organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos levou 1.200 trabalhadores da categoria às ruas, em frente à empresa Valtra de Mogi, em Brás Cubas, na manhã de ontem. Outros 600 se concentraram na mesma manhã em frente à General Motors, no Taboão. A categoria está em campanha salarial.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da Força Sindical, Miguel Torres, caso nenhuma proposta satisfatória seja apresentada pela classe patronal, os trabalhadores entrarão em greve a partir da primeira semana de novembro. Torres afirmou ainda que os manifestantes receberam mensagens de apoio de pelo menos 20 empresas simpatizantes à causa sindical. Mesmo com a manifestação, nenhuma proposta foi apresentada pelos representantes do patronato.
Segundo Torres, o ato de manifestação de ontem é uma preparação à possível greve a ser realizada a partir do dia 3 de novembro. “Mostramos que a categoria está unida e tem condições de ir à greve, caso as negociações não sejam satisfatórias”, afirmou o presidente do sindicato. “Esta será uma greve setorial, mas ainda haverá impacto às empresas e aos patrões”, explica Torres.
O presidente diz que o que os trabalhadores pedem é uma proposta de aumento salarial compatível com o crescimento das empresas. “O patronato tem agido com descaso”, afirma. “Oferecem só a inflação como reajuste, o que não é justo”. A mesma manifestação será realizada em Sertãozinho, no interior de São Paulo, ainda hoje, como expansão do movimento sindicalista. “Esperamos uma resposta satisfatória pelo menos até a próxima sexta-feira”.
Para o sindicato, de acordo com Torres, a negociação é o melhor caminho. “O que não podemos aceitar é que o país cresça cerca de 7% em seu PIB (Produto Interno Bruto), e o patronato não dê o devido reconhecimento ao trabalhador que conseguiu todo este ganho lucrativo”, indigna-se o presidente do sindicato.