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Manifestação leva 1.800 metalúrgicos às ruas

Caso nenhuma proposta boa seja apresentada pela classe patronal, os trabalhadores de empresas metalúrgicas entrarão em greve a partir da primeira semana de novembro
Guilherme Peace
Da reportagem local
Daniel Carvalho

Força: Metalúrgicos se reuniram diante de empresas ontem de manhã. Ato faz parte da campanha salarial da categoria, que pode fazer greve

Uma manifestação organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos levou 1.200 trabalhadores da categoria às ruas, em frente à empresa Valtra de Mogi, em Brás Cubas, na manhã de ontem. Outros 600 se concentraram na mesma manhã em frente à General Motors, no Taboão. A categoria está em campanha salarial.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e  Mogi das Cruzes e da Força Sindical, Miguel Torres, caso nenhuma proposta satisfatória seja apresentada pela classe patronal, os trabalhadores entrarão em greve a partir da primeira semana de novembro. Torres afirmou ainda que os manifestantes receberam mensagens de apoio de pelo menos 20 empresas simpatizantes à causa sindical. Mesmo com a manifestação, nenhuma proposta foi apresentada pelos representantes do patronato.

Segundo Torres, o ato de manifestação de ontem é uma preparação à possível greve a ser realizada a partir do dia 3 de novembro. “Mostramos que a categoria está unida e tem condições de ir à greve, caso as negociações não sejam satisfatórias”, afirmou o presidente do sindicato. “Esta será uma greve setorial, mas ainda haverá impacto às empresas e aos patrões”, explica Torres.

O presidente diz que o que os trabalhadores pedem é uma proposta de aumento salarial compatível com o crescimento das empresas. “O patronato tem agido com descaso”, afirma. “Oferecem só a inflação como reajuste, o que não é justo”. A mesma manifestação será realizada em Sertãozinho, no interior de São Paulo, ainda hoje, como expansão do movimento sindicalista. “Esperamos uma resposta satisfatória pelo menos até a próxima sexta-feira”.

Para o sindicato, de acordo com Torres, a negociação é o melhor caminho. “O que não podemos aceitar é que o país cresça cerca de 7% em seu PIB (Produto Interno Bruto), e o patronato não dê o devido reconhecimento ao trabalhador que conseguiu todo este ganho lucrativo”, indigna-se o presidente do sindicato.