Francisco Carlos de Assis
O mercado de trabalho continuará sendo importante fator de sustentação do consumo nos próximos meses, prevê a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara. Ela faz essa previsão com base na expectativa de que a população ocupada deverá apresentar crescimento nos próximos meses ainda que, daqui para a frente, possa ser observada a volta gradativa da População Economicamente Ativa (PEA), o que poderá se refletir em taxas de desemprego ligeiramente mais elevadas.
Em janeiro, a taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 7,2%. Veio ligeiramente abaixo da taxa de 7,4% prevista por Thaís e sua equipe de analistas, mas acima do porcentual de desempregados em dezembro, que atingiu 6,8% da PEA.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o mercado de trabalho refletia os impactos negativos da crise econômica mundial sobre a economia, o total de desempregados no Brasil recuou. Em janeiro de 2009, 8,2% de toda a população em idade de trabalhar estava sem emprego. “A alta da taxa de desemprego em relação a dezembro é sazonalmente normal e ocorreu com expansão da população desocupada (6%) e contração da população ocupada (1%)”, diz Thaís.
No entanto, pondera a economista, quando realizado o ajuste sazonal dos dados, a taxa de desemprego caiu de 8,1% para 7,6%, refletindo a queda da PEA no mês, fenômeno que contraria a tendência dos dois meses anteriores e deverá ser revertido nos próximos meses.
Thaís destaca ainda o rendimento médio real, que subiu 1,1% em relação a dezembro, e a massa de rendimento real habitual referente a dezembro de 2009, que ficou estável em relação a novembro do mesmo ano.