Foto de Jaélcio Santana
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Diante da falta de uma contraproposta salarial satisfatória dos patrões, os metalúrgicos, em assembleia realizada na sexta-feira, 29 de outubro, decidiram manter-se em estado de greve e aprovaram o encaminhamento de carta de greve às empresas e que Sindicato procure as empresas para negociar acordos diretos.
A assembleia foi declarada em estado permanente e poderá ser convocada a qualquer momento para decidir pela greve, caso as empresas recusem-se a negociar e os sindicatos patronais não apresentem novas contrapropostas, mais condizentes com o crescimento da economia.
Durante a assembleia, que reuniu cerca de mil trabalhadores no auditório do Palácio do Trabalhador, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, apresentou a única proposta feita por um dos grupos patronais, com apenas 2,5% de aumento real (acima da inflação). A proposta foi rejeitada.
“Nunca fomos humilhados e não vamos ser agora. Vamos insistir em um acordo coletivo, mas também buscar os acordos diretos. A partir desta semana toda a diretoria do Sindicato irá para as portas de fábrica intensificar a mobilização e cobrar a negociação”, disse Miguel Torres.
Ele lembrou que os patrões estão dificultando as negociações, mesmo diante dos argumentos com relação aos elevados índices de horas extras, produtividade e crescimento do PIB, que pode chegar a 8% este ano. “Estamos em um momento decisivo da campanha e vamos firmes pra cima, até a conquista do aumento que queremos”, disse.
CAMPANHA UNIFICADA – A Campanha Salarial 2010 é unificada entre os 53 sindicatos de metalúrgicos do Estado, ligados à Federação dos Metalúrgicos do ESP e à Força Sindical, que representam cerca de 800 mil trabalhadores, com data-base em 1º de novembro.