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Metalúrgicos protestam por transporte de qualidade

Trabalhadores e dirigentes também criticam inflação e falta de diálogo
do governo com os movimentos sindical e social.

Paulo Segura

Miguel Torres, presidente do Sindicato, lidera manifestação

Cerca de 4 mil trabalhadores participaram da manifestação realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo nesta sexta-feira, dia 21, na zona leste da capital, por melhorias no transporte público e na mobilidade urbana. Trabalhadores de várias fábricas da região foram chegando a pé e engrossando o ato.

A concentração começou às 8 horas, na Praça Lorenzetti, entre as empresas Arno e Lorenzetti, na Mooca. Depois, os trabalhadores seguiram em passeata por algumas ruas da região (Avenidas do Estado e Presidente Wilson) e retornaram ao local da concentração.

O ato, pacífico e organizado, condenou a violência e reivindicou, além de transporte de qualidade, o controle da inflação, que prejudica a população de mais baixa renda, o atendimento da Pauta Trabalhista, entregue ao governo federal em abril passado, que reivindica o fim do fator previdenciário, jornada de 40h semanais, valorização das aposentadorias, mais investimentos em saúde e educação, entre outros.

“A presidente Dilma se afastou dos trabalhadores. Na campanha eleitoral prometeu colocar em votação as 40h (jornada), acabar com o fator previdenciário, e não fez, hoje ela não recebe mais os trabalhadores. Os trabalhadores metalúrgicos vão continuar nessa luta”, disse o presidente do Sindicato, Miguel Torres.

O dirigente também ressaltou a importância da luta pelo transporte de qualidade. “O trabalhador sai de casa mais cedo e já chega no trabalho cansado, isso precisa mudar. Queremos também a reposição da inflação aos salários e estamos mostrando nossa organização”, disse.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, disse que toda manifestação tem que ter uma pauta e um motivo, senão não tem encaminhamento.

“Os jovens que foram pras ruas são estudantes, de classe média, que fazem universidade. Quando saírem da faculdade eles não terão emprego de qualidade. A desindustrialização está quebrando o Brasil e vamos ter que importar emprego”, disse. Segundo Paulinho, essa revolta popular tem um nome: o descontrole da economia e do governo.

“Tem a violência, o transporte que é um caos. Há quanto tempo estamos falando que é preciso valorizar os aposentados, acabar com o fator previdenciário, agora tem as perdas do Fundo de Garantia, o maior assalto da história do Brasil, os gastos da Copa. Estamos iniciando aqui uma tentativa de mobilização dos trabalhadores do Brasil todo, vamos chamar uma grande mobilização nacional envolvendo trabalhadores e população, para ter um eixo e propostas claras”, afirmou.

Jaelcio Santana

Paulinho da Força defendeu a ampliação da mobilização

 

Miguel Torres disse que o Sindicato apoia as manifestações que estão ocorrendo em todo o País, pois também quer melhorias urbanas que garantam uma mobilidade mais civilizada para o trabalhador não perder tanto tempo em seu trajeto até o trabalho e no retorno à sua residência.

“O número de ônibus é muito pequeno com relação a um número cada vez maior de usuários”, disse.

Os manifestantes carregam faixas reivindicando transporte público decente, contra a inflação, pelo fim do favor previdenciário e pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução salarial, para gerar emprego, mais qualidade de vida para a classe trabalhadora e fim dos acidentes nos locais de trabalho.

Paulo Segura

Trabalhadores em passeata pela Avenida Presidente Wilson

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Por Assessoria de Imprensa
Cobertura fotográfica de Jaélcio Santana, Iugo Koyama, Paulo Segura e Tiago Santana.