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Metalúrgicos retomam greve na Etelbras e são reprimidos pela polícia

Os trabalhadores da Etelbras, fornecedora de produtos eletrônicos para a OI, voltaram a cruzar os braços hoje de manhã, em protesto às atitudes antissindicais da empresa, medidas de represálias a funcionários que participaram de recentes paralisações contra as demissões e por melhorias no ambiente de trabalho.

A paralisação de hoje começou com uma assembléia na porta da fábrica, na zona leste. Ao final da assembléia, a gerente de recursos humanos da empresa, de nome Tereza,  pediu à polícia, que acompanhava a assembléia, para garantir a entrada dos trabalhadores. No momento em que diretores, assessores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e trabalhadores que aderiram ao movimento se aproximaram da porta da fábrica, a polícia lançou gás de pimenta, houve tumulto e o assessor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Adriano de Assis Lateri foi detido e levado para o 17 DP, no bairro do Ipiranga.

Um policial envolvido na ação alega no B.O que foi prensado contra o portão e lesionado no braço e cotovelo. O B.O. foi registrado sob nº 900036/2009.

HISTÓRICO
Esta é a terceira paralisação dos funcionários em quatro meses. A primeira foi em dezembro, pelo cumprimento do dissídio coletivo. A segunda, de três dias, foi em fevereiro, contra a demissão de 9 temporários, que iam ser efetivados, e ameaça de mais demissões. O Sindicato interveio e levou o caso para o Tribunal Regional do Trabalho, que determinou a volta ao trabalho, a reintegração de cinco trabalhadores – apenas dois aceitaram voltar -, garantiu uma indenização aos demais e o pagamento dias parados, mas ainda não julgou o movimento.

A empresa pagou os dias parados, inclusive para os que não participaram da greve, e de valor dobrado, como um prêmio. Depois, deu licença-remunerada por prazo indeterminado para um membro da comissão de negociação e mandou outro fazer curso, afastando-o do trabalho. Na semana passada, a empresa demitiu mais dez funcionários, entre eles, os dois afastados, provocando a greve de hoje.

Segundo os trabalhadores, a empresa fez questão de justificar que as demissões foram por causa da participação nas greves. “Repudiamos esta intransigência da empresa e vamos continuar mobilizados para reverter esta situação de demissões e de práticas antissindicais”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato.

NOVA ASSEMBLEIA
O Sindicato vai entrar com novo pedido de dissídio de greve no TRT e realizar nova assembléia na fábrica na próxima segunda-feira, dia 13, às 7h, para deliberar sobre os rumos do movimento.