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Micros deixam crise para trás



Pesquisa mostra que as empresas pequenas superaram dificuldades e estão sobrevivendo

CAROLINA DALL’OLIO, carolina.dallolio@grupoestado.com.br

O Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações referente ao mês de fevereiro confirma que as micro e pequenas empresas, finalmente, estão deixando a crise para trás. De acordo com o levantamento, foram registrados 106 pedidos de falência no período – o menor índice para o mês de fevereiro desde 2005.

O número de falências decretadas também caiu. Passou de 62 em fevereiro de 2009 para 47 agora, uma baixa de 24%. “As pequenas empresas historicamente apresentam uma recuperação mais lenta em momentos de crise”, ressalta Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian. “Portanto, se agora as empresas de menor porte já não estão fechando as portas como estavam em 2009 isso é uma comprovação clara de que elas sobreviveram à crise.”

Para Rodrigo Bandeira de Mello, professor de Administração da FGV-SP, a história seria diferente se o governo não tivesse agido. “Um dos fatores para esse resultado positivo foram as iniciativas governamentais de reaquecimento da economia, como a disponibilidade de crédito, que é peça fundamental para a micro empresa reagir”, declara.

O bom desempenho das micro e pequenas empresas é positivo não apenas para os empresários que continuam operando e, por isso, escaparam da lista de mortalidade no setor, que engole uma em cada cinco empresas abertas no primeiro ano de vida. Os trabalhadores também saem ganhando, já que 67% dos empregados brasileiros são funcionários de pequenas empresas.

A recuperação mostra pelo indicador da Serasa Experian revela ainda que médias e grandes empresas também reduziram o número de falências pedidas e decretadas. “Porém, temos de lembrar que as pequenas continuam respondendo pela maioria das falências, e não apenas por serem mais numerosas (são 98% do total de empresas do Brasil), mas também por se mostrarem mais frágeis, e com menos acesso a crédito para poder reagir diante de problemas na economia”, diz Almeida.