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Miguel participa de Seminário Brasil-Itália

Fotos Paulo Segura

Miguel Torres na abertura do Seminário que está sendo realizado em Praia Grande/SP

As experiências na área de saúde e segurança dos trabalhadores brasileiros e italianos estão sendo debatidas nesta quinta e sexta-feira, 4 e 5 de abril, em Praia Grande, no Centro de Lazer dos Comerciários do Estado de São Paulo.

O encontro é promovido pela Força Sindical (nacional e estadual SP) e as entidades italianas UIL (Unione Italiana Del Lavoro) e Ital.

“Nosso objetivo é analisar os avanços, conquistas e o que precisamos fazer”, disse Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de Saúde e Segurança da Força Sindical.

Estão sendo debatidos temas como políticas públicas na área de saúde do trabalhador, direito cível e criminal de acidente de trabalho, avanço do tripartismo nas ações de saúde e segurança no trabalho, aposentadoria por invalidez e saúde do trabalhador e amianto.

Sete categorias serão focadas: metalúrgicos, comerciários, construção civil, alimentação, químicos, técnicos em segurança e telefônicos. A participação dos metalúrgicos é bastante expressiva, pois conta com o trabalho intenso da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

Miguel Torres, presidente da CNTM e do Sindicato, participou da abertura do Seminário, onde exaltou a iniciativa do intercâmbio Brasil-Itália e apontou a necessidade de ações mais firmes para melhorar a situação da classe trabalhadora nos locais de trabalho e acabar com os acidentes e as doenças profissionais que, infelizmente, têm aumento no País.

“É fundamental que todos os sindicatos tenham seus Departamentos de Saúde e Segurança ou busquem apoio para impulsionar ações efetivas em busca de ambientes de trabalho cada vez mais seguros e saudáveis para a classe trabalhadora”, afirmou Miguel Torres, destacando também que as centrais sindicais devem articular uma moção conjunta contra a alta programada do INSS.

“Os peritos dão alta sem procurar saber se o trabalhador está bom. Além disso, temos que decidir a participação dos sindicatos na discussão das NRs (Normas Regulamentadoras) para que sejam efetivamente cumpridas. Isso só vai acontecer se tivermos sindicatos atuantes”, disse.

Diretores, coordenadores e assessores do Sindicato e do Departamento de Saúde e Segurança, coordenado pelo diretor Luisinho, também participam e ajudam na organização do evento.

“Merece destaque a defesa que o nosso presidente Miguel Torres fez de uma participação mais efetiva dos sindicatos na exigência do cumprimento por parte das empresas das normas regulamentadoras”, disse Luisinho. Ele lembra, por exemplo, da NR-12, que é uma norma muito importante para trabalhadores brasileiros, pois prevê proteções em máquinas, sobretudo prensas. “As empresas não estão respeitando estes avanços”, critica Luisinho.

O secretário-geral da Força Sindical, Juruna, ressaltou que para desenvolver ações mais efetivas de combate aos ambientes de trabalho ruins é preciso entrar no local de trabalho, “o que ainda não conseguimos, e que os cipeiros e ativistas possam fazer a segurança sem restrições”.

Juruna defendeu a questão da cidadania no ambiente de trabalho. “Por que precisamos de fiscais no local de trabalho? Isso nos faz abrir mão do nosso papel de cidadãos no local de trabalho”.

A diretora da Federação dos Trabalhadores na Alimentação Neusa Barbosa reafirmou que os sindicatos não podem ficar dependendo da tutela do Estado para dar vigência e garantir a aplicação efetiva da legislação. “O mundo do trabalho está se transformando com rapidez e mexendo com a saúde física e mental dos trabalhadores”, disse, destacando a questão de gênero. “A mulher quando fica doente fica impossibilitada até de cuidar dos filhos. Antes de discutir salário temos que tratar das doenças ocupacionais e de termos locais de trabalho sãos”, disse ela, fazendo uma severa crítica ao governo. “Temos um Ministério do Trabalho sucateado. O governo está relegando a 5º plano este ministério”.

O presidente do Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho, Marco Antonio Ribeiro, disse que o trabalhador precisa de um sindicato atuante no local de trabalho para que possa levar segurança a ele. “O trabalhador sai de casa para garantir condições de vida para sua família, não para ficar doente ou morrer”, disse.

João Scaboli, secretário de Saúde da Força Sindical Estadual e da Federação dos Químicos do Estado, fez um relato dos avanços alcançados nos últimos 10 anos pelo movimento sindical, da realização de conferências, ampliação de resoluções até surgir uma política nacional de saúde e segurançla no trabalho, do banimento do amianto, do benzeno, do ato inseguro, onde a culpa era toda do trabalhador.

“Nossos trabalhadores não são qualificados para a questão da segurança no trabalho. Precisamos também qualificar nossos dirigentes; queremos estar nas comissões intersindicais, intersetoriais e nos conselhos, onde se discute o papel da mulher, dos jovens, dos idosos, as doenças sexualmente transmissíveis e a saúde do trabalhador”. Segundo Scaboli, o ponto de pauta para todas as aplicações é o Plano Brasil Maior.

“Entendemos que é fundamental que o trabalhador tenha uma proteção, saiba dos riscos que corre e tenha certeza de voltar inteiro para casa. O mais importante é a saúde, sem ela não tem trabalho, emprego, renda, nada”, completou o secretário de Saúde da Força Sindical, Arnaldo Gonçalves.

Medalha – Ao final da sessão realizada pela manhã, os representantes sindicais foram homenageados com uma medalha do projeto Brasil sem Aids, da Federação dos Comerciários, Federação dos Químicos e Farmacêuticos e Força Sindical estadual. O diretor Luisinho recebeu a homenagem em nome da Força Sindical.

Mesa de abertura
– Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários do ESP
– João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical
– Gilberto De Santis, presidente do ItalUIL
– Rocco Carannante, tesoureiro da UIL
– Arnaldo Gonçalges, secretário de Saúde do Trabalhador da Força Sindical nacional
– Sérgio Luiz Leite, presidente da Fequimfar – Fed. dos Trabalhadores Químicos e Farmacêuticos do ESP
– Miguel Torres, presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Mogi
– Neusa Barbosa, da Federação dos Trabalhadores a Alimentação do ESP
– Antonio de Souza Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo e deputado federal
– João Donizete Scaboli, secretário de Saúde da Força Sindical estadual
– Almir Munhoz, presidente do Sindicato dos Telefônicos
– Marco Antonio Ribeiro, presidente do Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho
– Canindé Pegado, secretário-geral da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
– Fábio Porta, deputado italiano para América do Sul
– Hebert Passos Filho, coordenador da Força Sindical na Baixada Santista
– Antonio Silvan de Oliveira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Químicos

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Mesa de abertura

Arnaldo Gonçalves

Auditório

Gilberto De Santis, presidente da ItalUil

Rocco Carannante, tesoureiro da UIL