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Miguel Torres comenta aumento real no Paraná

“Esta conquista do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba para os companheiros da Renault e Volvo é importante e influenciará positivamente as demais campanhas salariais deste semestre. Vamos à luta!”, diz Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical.

Foto de André Nojima

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Metalúrgicos da Renault e Volvo conquistam maior acordo salarial da indústria em 2009

Os seis mil trabalhadores das montadoras Renault-Nissan e Volvo, ligados à Força Sindical, conquistaram na quarta-feira (16 de setembro) o maior acordo salarial registrado na indústria brasileira no ano de 2009, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese).

Na primeira greve após a crise financeira mundial, a mobilização dos metalúrgicos do Paraná garantiu 3% de aumento real mais a correção de 4,44% referente à inflação acumulada nos últimos 12 meses, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) –  totalizando 7,57% – mais um abono de R$ 2 mil para cada trabalhador a ser pago já nessa semana.

Na Renault-Nissan, os trabalhadores têm a garantia de mais 1% de aumento real conquistado na data-base do ano passado – ao todo, então, vão receber 8,65% de aumento salarial. Em ambas as montadoras, os reajustes serão aplicados no mês de setembro. Na Volvo, os metalúrgicos conquistaram também estabilidade de emprego até 2 de dezembro. As propostas de acordos foram aprovadas por unanimidade em assembléias na manhã de hoje (16), dando fim à greve de oito dias na Renault e um na Volvo. Os dias parados não serão descontados: irão para o banco de horas.

Em comparação ao acordo assinado com as montadoras na região do ABC Paulista, por exemplo, o acordo fechado no Paraná teve aumento salarial 50% maior e abono 33% maior. “Essa foi uma conquista importante que certamente vai influenciar positivamente as campanhas de outras categorias em todo o Brasil, servindo de referência para as negociações salariais no segundo semestre”, afirma o economista técnico do Dieese, Cid Cordeiro.

Com a greve iniciada em 4 de setembro, a Renault deixou de produzir 6.240 veículos. Já na Volvo, o prejuízo foi de 24 ônibus e três caminhões.

Com mobilização, proposta salarial avançou 152%

Em comparação à primeira proposta feita pelas montadoras no início da mobilização, o acordo aprovado hoje é 152% maior, informa o Dieese. Enquanto a oferta inicial injetaria R$ 15 milhões na economia do Estado, a proposta de hoje injeta R$ 37 milhões. “Importante ressaltar que caso aceitássemos a primeira proposta, essa diferença de R$ 22 milhões iria para o exterior, como remessa de lucros, e não ficaria no nosso Estado, aquecendo a economia local”, ressalta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka. Conforme o Dieese, o avanço obtido com a mobilização representa, em média, R$ 3,7 mil por ano a mais para cada trabalhador.

Volks-Audi continua parada

Diferente da Renault-Nissan e da Volvo, a Volkswagen-Audi não apresentou nenhuma nova proposta salarial aos seus 3,5 mil metalúrgicos, fazendo com que a greve entrasse no seu 11º dia. Desde 3 de setembro, quando iniciou a paralisação, a montadora alemã já deixou de fabricar 8.960 veículos. Hoje, às 16h, SMC e Volks se reúnem para a terceira audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Amanhã, dia 17, às 14h, tem nova assembléia em porta de fábrica.

Greve ponto a ponto

03 de agosto – SMC debate pauta de reivindicações em Seminário de Planejamento Estratégico

10 de agosto – Pauta de reivindicações é aprovada em assembléia na sede central do SMC

11 de agosto – Em assembléia em porta de fábrica, metalúrgicos da Volks-Audi, Renault e Volvo referendam pauta de reivindicações

18 de agosto – Definidas reuniões de negociação com o Sinfavea (sindicato patronal) para os dias 24 e 25 de agosto

24 de agosto – SMC e Sinfavea discutem calendário de negociações

25 de agosto – Assembléias em porta de fábrica decidem que negociações podem ser com Sinfavea, mas acordos tem que ser assinados por empresa

26 de agosto – Sinfavea aceita assinar acordos em separado

27 de agosto – Sem avanço nas negociações, SMC rompe com Sinfavea e começa a negociar empresa por empresa

31 de agosto – Em reunião com o SMC, Renault oferece R$ 1,5 mil de abono, 100% do INPC e 1% da data-base de 2008

1º de setembro – Assembléia na Renault rejeita proposta da empresa. Metalúrgicos dão prazo até 03/09 para negociação avançar

02 de setembro – Volks-Audi se reúne com o SMC, mas não apresenta nenhuma proposta de reajuste. Nova reunião é marcada para 04/09

03 de setembro – Em assembléia, metalúrgicos da Volks decidem não esperar reunião do dia 4 e entram em greve por tempo indeterminado

03 de setembro – Renault apresenta nova proposta: 100% do INPC e abono de R$ 1,5 mil em setembro

04 de setembro – Metalúrgicos da Renault rejeitam nova proposta da empresa e entram em greve.

04 de setembro – Greve na Volks-Audi entra no segundo dia. Empresa cancela negociação que havia agendado com o SMC.

05 de setembro – Terceiro dia de greve na Volks-Audi e segundo na Renault.

08 de setembro – Quarto dia de greve na Volks-Audi e terceiro na Renault.

09 de setembro – Quinto dia de greve na Volks-Audi e quarto na Renault.

09 de setembro – Em reunião com o SMC, Volvo oferece 100% do INPC e abono de R$ 1,5 mil em setembro.

10 de setembro – Em assembléia, metalúrgicos da Volvo rejeitam proposta da empresa e param em protesto por uma hora.

10 de setembro – Sexto dia de greve na Volks-Audi e quinto na Renault.

11 de setembro – Em audiência de conciliação com o SMC no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Renault oferece 100% do INPC e R$ 1,5 mil de abono, sem aumento real. Volks não apresenta nenhuma proposta.

11 de setembro – SMC e Volvo se reúnem para nova rodada de negociação.

14 de setembro – Renault apresenta proposta diferente da discutida no Tribunal. Em assembléia, porém, os metalúrgicos rejeitam os 100% do INPC e 2% de aumento real em setembro, R$ 1,5 mil de abono também em setembro e 1% pendente da negociação de 2008 para agosto de 2010.

14 de setembro – Assembléia na Volvo rejeita R$ 2 mil de abono em setembro e 100% do INPC + 2% de aumento real em outubro. Trabalhadores dão prazo de 24h para proposta avançar.

15 de setembro – Volvo mantém o mesmo abono e antecipa aumento para setembro. Trabalhadores não concordam e entram em greve. Mesma proposta é rejeitada na Volks e Renault.

15 de setembro – Negociação com a Volks e Renault no TRT não avança. Greve continua.

16 de setembro – Trabalhadores da Volvo e Renault aceitam 3% de aumento, 100% do INPC e R$ 2 mil de abono em setembro. Greve de oito dias na Renault e um na Volvo é encerrada. Na Renault, metalúrgicos têm garantido ainda 1% de reajuste pendente da negociação de 2008. Dias de greve vão para o banco de horas dos trabalhadores.    

Por Confraria da Notícia – Assessoria de Comunicação
Texto: Gláucio Dias  e Guilherme Ochika -SMC

Em breve, mais informações no site www.simec.com.br

Fonte: www.simec.com.br e Imprensa do Sindicato