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Mínimo paulista acima de R$ 600

Alckmin chamou as centrais sindicais para negociar reajuste do piso estadual. Novo valor deve começar a valer em abril

Luciano Cavenagui

O salário mínimo para os mais de milhão de trabalhadores de categorias que não têm convenção coletiva firmada deverá ser superior a R$ 600. O governador Geraldo Alckmin sinalizou em encontro com as centrais sindicais que o valor do piso no estado será maior que o mínimo nacional e que o prometido por José Serra durante a campanha. “Deve ser maior que os dois”, disse.

Atualmente, os três pisos estaduais são de R$ 560, 570 e 580, dependendo da categoria do trabalhador (ver quadro ao lado). O projeto de lei com o reajuste deverá ser enviado à Assembleia Legislativa entre o final de fevereiro e o começo de março.

O governador não quis cravar nenhum número. “Estamos no começo das negociações. Com certeza, haverá reposição da inflação”, disse. No período, o índice foi de 6,47%.

Para o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Neto, se o governo considerar a inflação e o crescimento do país em 2010, o reajuste seria de 13,4%. Com isso, o menor piso passaria para R$ 640. “É o mais justo. Seria um bom valor para os trabalhadores paulistas”, disse.
Neste ano, o governo antecipou para abril o reajuste salarial, que antes ocorria em maio. As centrais sindicais querem passar a data para janeiro, juntamente com as discussões do  mínimo nacional. Neste ano, o valor na esfera federal foi fixado em R$ 540, mas pode chegar a R$ 545 (leia mais abaixo).

“Foi uma reunião informal muito boa. O governador nos chamou para tomar um café da manhã e abrir diálogo sobre as questões envolvendo trabalho e renda”, afirmou o presidente regional da Força Sindical, Danilo Pereira da Silva.
“Haverá ainda outras reuniões para discutir o valor ideal do mínimo estadual. Em poucos dias no governo, Alckmin abriu um canal de negociação que estava faltando. Na gestão anterior, estava muito difícil”, afirmou a diretora da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gilvândia Moreira.

Uma nova reunião deve ocorrer entre o final de fevereiro e o começo de março, antes de o governo enviar à Assembleia o projeto de lei que reajusta o piso. “Quanto mais ouvirmos, menos vamos errar”, disse Alckmin.