No dia 28 de outubro de 2021 completa-se 44 anos do lançamento do primeiro álbum da banda Sex Pistols, “Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols”. A banda durou pouco tempo, se dissolveu em 1978. Eles, entretanto, exerceram grande influência na música e no comportamento da juventude, sobretudo da juventude operária, nas gerações subsequentes.
Anarchy in the UK, o maior sucesso do album, tornou-se hino dos punks, traduzindo em sua letra os ideais do movimento. A desconstrução dos acordes e dos versos harmônicos de estilos musicais tradicionais expressam a ideia de destruição. Mas a que se refere esta destruição?
Refere-se ao tradicionalismo da sociedade inglesa, com sua monarquia anacrônica e seu capitalismo excludente. Rebeldia em estado puro o movimento punk nasceu na década de 1970 no bojo das contradições da relação capital versus trabalho, em um contexto de precarização e desemprego na Inglaterra, berço do mundo industrial.
Os punks, jovens proletários, canalizaram em sua aparência e em suas atitudes, a revolta contra o capitalismo inglês que marginalizou em massa famílias de operários como eles, em um processo de fechamento de grandes fábricas. Com isso eles refletiram a falta de perspectiva para a juventude dentro daquele sistema.
Revelado na cultura, sobretudo na música e na moda, o punk, mais do que um modismo, se consolidou como uma expressão política com densa carga ideológica que resgata ideais anarquistas do início do século 20 através de lemas como: “faça você mesmo” e “do caos se faz a ordem”. Não à toa a música de chama “Anarquia no Reino Unido”. Ideologia controversa e polêmica, mas que colocou no centro do debate uma situação social que atingia a juventude.
Fonte: Centro de Memória Sindical